INTRODUÇÃO: Os transtornos mentais se manifestam por rupturas no processo de adaptação, expressas primariamente por anormalidades de pensamento, sentimento e/ou comportamento. Entende-se que a universidade pode ser um ambiente propício para o adoecimento mental de estudantes, a depender de diversos fatores e contextos. OBJETIVO: Analisar as evidências disponíveis na literatura sobre transtornos mentais entre universitários brasileiros da área da saúde. METODOLOGIA: Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura elaborada em seis etapas. A pergunta norteadora foi formulada com uso da estratégia PICO “quais as evidências disponíveis na literatura sobre transtornos mentais entre universitários brasileiros da área da saúde?”. Os critérios de inclusão foram artigos publicados entre 2015 e junho/2021, disponíveis gratuitamente nos idiomas português e/ou inglês. Foram excluídos estudos de revisão e/ou literatura cinzenta e/ou estudos relacionados à COVID-19. Utilizou-se os seguintes descritores controlados em português e inglês (DeCS e MeSH) e seus respectivos sinônimos nas estratégias de busca: Transtornos Mentais, Estudantes, Brasil e Saúde, com uso dos operadores booleanos AND e OR. Realizou-se a distribuição das produções no Fluxograma PRISMA, cuja triagem requisitou a leitura completa de 42 artigos da LILACS, 11 da BDENF e 47 da PUBMED/MEDLINE, chegando à amostra final de 10 que responderam à pergunta da revisão. RESULTADOS: Há prevalências significativas de ansiedade, depressão, ideação e tentativa suicida entre estudantes universitários da área da saúde, além de outros distúrbios psíquicos menores, que se agravaram entre o primeiro e último ano do curso. Problemas familiares e/ou terapias para a saúde mental anteriores ao ingresso na universidade, uso de substâncias psicoativas, sentimentos de solidão e/ou desesperança, dificuldades financeiras, qualidade de sono ruim, histórico de bullying, estilos parentais disfuncionais, não estar no curso desejado, insatisfação com estratégias de ensino e/ou na relação professor-aluno, (auto)cobrança por produtividade acadêmica e baixo nível de resiliência foram citados como fatores associados ao surgimento e/ou agravamento de transtornos mentais nesse público. CONCLUSÕES: Evidenciou-se a necessidade de iniciativas permanentes de acolhimento e redução de conflitos pessoais e/ou acadêmicos entre estudantes universitários da área da saúde no Brasil.