Introdução: As lesões do pé diabético e as resultantes amputações de membros inferiores constituem complicações complexas, comuns, dispendiosas e incapacitantes do diabetes. Sua prevalência vem aumentando em todo o mundo. Dentre os fatores de risco tem se a polineuropatia periférica sensitiva, autonômica e motora que resulta na perda de sensibilidade nos membros inferiores o que justifica a dificuldade que os pacientes apresentam para identificar a lesão no pé de maneira precoce, potencializando desfechos desfavoráveis à saúde a exemplo da amputação. Objetivo: Identificar os fatores de risco para ocorrência de amputações não traumáticas em pacientes com pé diabético. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, realizado no período de novembro de 2018 a julho de 2019 no ambulatório do pé diabético, localizado em um município do estado do Maranhão, com pacientes que estavam em acompanhamento ambulatorial para tratar o pé diabético. Participaram da pesquisa 134 pacientes que atendiam aos seguintes critérios de inclusão: apresentar diagnóstico de Diabetes Mellitus tipo 2 e está acometido com o pé diabético. A coleta de dados foi realizada com auxílio de um questionário semiestruturado que abordava informações socioeconômicas e relativas aos fatores de risco para amputações do pé diabético. Os dados foram analisados no pacote estatístico SPSS® versão 24.1 utilizando o teste de Qui-quadrado. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Maranhão (2.984.879). Resultados: Dos 134 pacientes avaliados, verificou-se predomínio do sexo masculino (52,2%), idade igual ou superior a 60 anos (65,7%), aposentados (55,2%), que se auto referiram da raça não branca (70,9%), com companheiro (56,0%) e escolaridade equivalente ao ensino fundamental (51,5%). Os pacientes investigados apresentavam unhas distróficas (62,7%), deformidades no pé (59,0%) e amputação prévia (24,6%). Com relação aos fatores de risco para amputação, 53,7% apresentaram ulcera nos pés com perda de epiderme e derme, todos os pacientes apresentaram alteração na sensibilidade plantar (100,0%) e perfusão tissular periférica ineficaz (97,8%). Conclusão: A maioria dos pacientes investigados apresentam fator(es) de risco para ocorrência de amputação não traumáticas dos membros inferiores.