A participação social é um dos princípios organizativos do SUS estabelecido pela lei Lei nº 8.142/90. Ela assegura a criação e efetividade de espaços de diálogos intersetoriais baseados na gestão participativa. Neste cenário, os movimentos sociais, já presentes na construção da sociedade civil, se configuram como instrumento de mobilização da sociedade em torno da formulação, controle, discussão e até repúdio de políticas de saúde. O presente relato tem como objetivo relatar a experiência e percepções de graduandos em Enfermagem na implementação de um evento online acerca dos movimentos sociais e consolidação da participação social no SUS. Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, acerca de um evento realizado pelo Movimento O Povo e o SUS, entidade não governamental, sem fins lucrativos e apartidária, atuante no desenvolvimento de ações de controle social da saúde no Brasil. O evento intitulado “I Semana de Imersão em Movimentos Sociais de Saúde” foi realizado do dia 2 a 4 de junho de 2020, através da plataforma Youtube e transmitida pela plataforma Stream Yard. Essa atividade contou com a participação de 7 convidados e 1300 participantes oriundos dos mais diversos setores profissionais e localizações geográficas. Foram discutidas as temáticas: Movimentos Sociais e Carreira Profissional; O SUS e o Controle Social; Criação, Princípios e Diretrizes do SUS; Participação Popular no SUS e a Integralidade do SUS e o Direito à Saúde. O evento se revelou como um importante recurso de divulgação científica e estímulo para que os participantes atuem nas ações de controle da calamidade pública vigente da crise sanitária decorrente da Pandemia pela COVID-19. Isto posto, o Código de Ética do profissional Enfermeiro traz que o cuidar da Enfermagem baseia-se na prática social e cotidiana de assistir, gerenciar, ensinar, educar e pesquisar e, corroborando a este pensamento as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem traz que, a formação deste profissional deve atender às demandas sociais da coletividade. Diante disso, o profissional deve articular suas ações coletivas de acordo com as demandas e discussões da sociedade, preferencialmente por meio dos movimentos sociais. Dessa forma, faz-se necessária uma enfermagem educadora, politizada e atuante no que diz respeito ao controle das ações de saúde no país e na luta pelo fornecimento de uma assistência à saúde de qualidade.