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Anais - 23° CBCENF

Resumo

Título:
O USO DE MÉTODOS CONTRACEPTIVOS EM MULHERES DE LOCALIDADES RURAIS RIBEIRINHAS NA AMAZÔNIA
Relatoria:
ANNY BEATRIZ COSTA ANTONY DE ANDRADE
Autores:
  • Uriel Madureira Lemos
  • Evelyne Marie Therese Mainbourg
  • Rosana Cristina Pereira Parente
  • Maria Luiza Garnelo Pereira
  • Fernando José Herkrath
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
POLÍTICAS PÚBLICAS, EDUCAÇÃO E GESTÃO
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: O acesso a métodos contraceptivos inclui-se num conjunto de direitos sexuais e reprodutivos da população. Populações rurais ribeirinhas enfrentam barreiras de acesso aos serviços de saúde, comprometendo a adesão ao planejamento familiar. Objetivo: Avaliar o uso de métodos contraceptivos por mulheres residentes em localidades rurais ribeirinhas do rio Negro, Manaus, Amazonas. Método: Inquérito transversal de base domiciliar, que avaliou 196 mulheres em idade fértil, entre 10 e 49 anos, residentes em 38 localidades rurais ribeirinhas localizadas no território de abrangência de uma UBS fluvial. Os dados foram coletados por meio de questionário desenvolvido na plataforma eletrônica REDCap, que incluiu dados referentes ao uso de métodos contraceptivos nos últimos doze meses, tipos de métodos utilizados e motivos de não utilização dos mesmos. Os dados foram analisados de forma descritiva por meio de frequência absoluta e relativa. Resultados: 119 mulheres (60,7%) referiram a utilização de algum método contraceptivo. A maior parte informou fazer uso de anticoncepcionais injetáveis (n=65; 54,6%), preservativo masculino (n=32; 26,9%), laqueadura (n=15; 12,6%) e pílulas hormonais (n=10; 8,4%). Entre os métodos menos utilizados identificou-se o método de Ogino-Knaus (n=2; 1,7%), preservativo feminino (n=1; 0,8%) e abstinência sexual (n=1; 0,8%). O uso de dispositivo intrauterino, diafragma, espermicida e contracepção de emergência não foi citado. Das 77 mulheres (39,3%) que não utilizaram algum método contraceptivo, o principal motivo foi a laqueadura prévia (n=27; 35,1%), ausência de relações sexuais com homens (n=9; 11,7%), receio dos efeitos colaterais (n=6; 7,8%) e por não se importar em engravidar (n=4; 5,2%). Conclusão: Foi identificada porcentagem elevada de mulheres que afirmaram utilizar métodos contraceptivos (89,9%) disponibilizados pela rede básica. Apesar da ampla diversidade de métodos verifica-se percentual expressivo de alternativas não disponíveis na atenção básica somente para a laqueadura. O atendimento pela UBSF parece ampliar a oportunidade acesso e escolha do método mais adequado. O predomínio do contraceptivo injetável é compatível com o regime de itinerância mensal da UBSF, potencializando a comodidade e o acesso regular ao contraceptivo. A ampliação de alternativas, em particular da contracepção de emergência, poderia contribuir para maior adesão ao programa e para a prática sexual livre e consciente.