A hanseníase é causada por um bacilo gram-positivo que é transmitido principalmente pelo trato respiratório superior. É um problema de saúde pública que está entre as doenças globais consideradas negligenciadas, pois predomina em condições de pobreza leva a altos percentuais de deficiência física e perpetua o estigma relacionado a essa condição. OBJETIVO: Analisar a tendência dos casos confirmados e notificados de hanseníase no Brasil de 2010 a 2020, segundo escolaridade, sexo, regiões do país, número de lesões cutâneas, faixa etária. MÉTODO: Estudo de série temporal com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) entre 2010 e 2020. Utilizou-se o modelo de regressão linear simples para analisar a tendência, com nível de significativa de 5%. Os dados foram processados no Software for Statistics and Data Science (STATA, versão 16). RESULTADOS: Evidenciou-se uma tendência significativa (p = 0.0051) de declínio dos casos de Hanseníase no Brasil, sendo registrados 42.636 casos em 2010 e 21.354 casos em 2020. Observou-se uma estabilidade de casos notificados entre pessoas na faixa etária maior de 60 anos, lesões 0 ou 99, escolaridade de nível médio e superior e, residentes da região Centro-Oeste do país. CONCLUSÕES: Houve uma tendência significativa de declínio dos casos de Hanseníase no Brasil. Apesar disso, a especificidade do público alvo que apresentaram estabilidade no número de casos requer ações individual, familiar, profissional, organizacional, sistêmica e social, visto as singularidades e estigmas que essa população com hanseníase apresenta.