A infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) continua sendo um dos desafios de saúde mais sérios do mundo. Não diferente, a Tuberculose (TB) é além disso, uma doença transmissível que mais leva à morte. Objetivou-se analisar a tendência dos casos confirmados e notificados de coinfecção HIV/TB no Brasil de 2010 a 2020, segundo regiões do país, sexo, desfecho da doença, e comorbidades como, diabetes, doença mental e, fatores de risco como, drogas ilícitas, tabagismo, alcoolismo. Estudo de série temporal com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) entre 2010 e 2020. Utilizou-se o modelo de regressão linear simples para analisar a tendência, com nível de significativa de 5%. Os dados foram processados no Software for Statistics and Data Science (STATA, versão 16). Evidenciou-se uma tendência de estabilidade dos casos de coinfecção HIV/TB no Brasil, sendo registrados 9.402 casos em 2010 e 8.557 casos em 2020. Observou-se uma tendência significativa (p < 0,05) de aumento dos casos de coinfecção HIV/TB na região Norte e Nordeste e Centro-Oeste do país. Verificou-se uma tendência significativa (p < 0,05) de diminuição de casos de coinfecção HIV/TB entre o sexo feminino e de estabilidade entre os homens. Houve uma tendência significativa (p < 0,05) de expressivo aumento de coinfecção HIV/TB entre tabagistas e usuários de drogas ilícitas. Verificou-se tendência significativa (p = 0.0550) de estabilidade em casos de cura da TB em pessoas que vivem com HIV e tendência significativa (p = 0.0006) de declínio de óbitos por tuberculose. Observou-se uma tendência de estabilidade dos casos confirmados e notificados coinfecção HIV/TB no Brasil. Entretanto, esses resultados, demandam estratégias de vigilância, prevenção e controle da doença e ações de intersetoriais de enfrentamento da TB para um público alvo específico, tendo em vista a tendência de aumento da coinfecção TB/HIV em indivíduos que apresentam outras comorbidades e fatores de risco.