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Anais - 23° CBCENF

Resumo

Título:
OS PADRÕES DE VIOLÊNCIA ENTRE AS MULHERES NAS UNIDADES SENTINELAS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA NO BRASIL
Relatoria:
Jasmine Souza Salomão Santana
Autores:
  • Emanuella Gomes Maia
  • Fernanda Serra Granado
  • Dejeane de Oliveira Silva
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
TECNOLOGIA, PESQUISA, CUIDADO E CIDADANIA
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
A violência contra as mulheres é resultado de um fenômeno essencialmente social e histórico, com causalidade complexa e multifatorial. Portanto, objetivou-se identificar os padrões de violência entre as mulheres no Brasil. Trata-se de um estudo transversal, conduzido a partir de uma subamostra do VIVA inquérito de 2017 do Ministério da Saúde, referente às mulheres vítimas de violência atendidas nas Unidades Sentinelas de Urgência e Emergência de 23 capitais do país e DF (n=1325 atendimentos). As entrevistas foram realizadas nos serviços habilitados para o atendimento de urgência e emergência no âmbito do SUS, por acadêmicos e por profissionais da área da saúde previamente treinados. A identificação dos padrões de violência foi realizada por meio da análise de componentes principais (PCA), um método analítico exploratório que permite identificar a coexistência das variáveis de estudo na população de interesse. Quinze indicadores dicotômicos foram inseridos no PCA: Lesão autoprovocada por envenenamento, Lesão autoprovocada por objeto perfurocortante, Tentativa de suicídio, Agressão física, Agressão sexual, Agressão psicológica, Agressão por negligência/abandono, Agressão por força corporal/espancamento, Agressão por objeto perfurocortante, Agressão por arma de fogo, Agressão por objeto contundente, Agressão por ameaça, Provável autor da agressão no ambiente familiar, Provável agressor do sexo masculino, Números de envolvidos igual a um. Quatro padrões de violência significativos foram identificados. O primeiro padrão foi caracterizado pela associação inversa à tentativa de suicídio e ao uso de envenenamento como meio de lesão autoprovocada, e pela associação direta à agressão física, praticada por um agressor, do sexo masculino, e em ambiente familiar. O segundo padrão foi caracterizado pela associação direta à agressão psicológica e pela prática de ameaça como meio de agressão interpessoal. No padrão 3, destacou-se a associação direta à agressão sexual, com força corporal/espancamento como meio de agressão. A associação inversa a utilização de objeto perfurocortante e de objeto contundente também foi destacada no terceiro componente. O padrão 4 foi caracterizado pela associação inversa à agressão física, e direta à prática de abandono/negligência, em ambiente familiar. Portanto, as características relacionadas à violência entre as mulheres coexistem na sociedade formando padrões, essencialmente compostos por agressão física, sexual, psicológica e abandono.