As mensagens de cuidado contidas nas evoluções realizadas pelos enfermeiros que cotidianamente prestam assistência na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), invariavelmente, posiciona os enfermeiros em campos de conhecimentos desafiadores, como: pensar sobre forma-conteúdo das suas grafias. Objetivos: conhecer a forma e analisar os conteúdos das evoluções realizadas por enfermeiros intensivistas. Estudo descritivo com abordagem qualitativa realizado em duas UTIs de um hospital público situado na cidade de Boa Vista – Roraima. Participaram do estudo quinze enfermeiros intensivistas. A produção dos dados ocorreu a partir da análise de 140 evoluções de enfermeiros presentes nos prontuários armazenados na unidade hospitalar. O estudo foi apresentado ao Comitê de Ética em Pesquisa e obteve aprovação sob parecer nº 3.488.553. Os dados foram analisados de acordo com o conteúdo e orientado pelo referencial de Bardin. Os resultados foram apresentados em duas categorias analíticas, intituladas: forma da evolução do enfermeiro na UTI e mensagens de cuidado presentes nas evoluções dos enfermeiros intensivistas. No plano da forma as 140 evoluções de enfermagem variaram entre três e treze linhas. As rasuras foram identificadas em 33 evoluções representada por traços, borrões, escrita sobre a palavra errada e uso de corretivo líquido. Foram identificados 66 termos distintos abreviados. As siglas clínicas apareceram de 68 formas distintas em 128 evoluções de enfermagem. Quanto a legibilidade das evoluções: 55 apresentaram-se parcialmente ilegíveis e nenhuma completamente ilegível. Em 108 evoluções foram identificados espaços em branco, com possibilidade de escrita antes e depois da identificação profissional. No que diz respeito ao conteúdo as mensagens de cuidado produzidos pelos enfermeiros remetem a linguagem da doença, representado por sinais e sintomas. Além disso, apresentam procedimentos realizados pelos enfermeiros, traz indícios de cuidados prescritos e avaliados, bem como a evolução clínica do cliente durante o processo de internação na UTI. As conclusões sinalizam que as evoluções dos enfermeiros que trabalham na UTI são resumidas, incompletas, abreviadas, cifradas, legíveis e com espaços em branco. No plano do conteúdo as mensagens registradas privilegiam um saber biomédico e técnico-procedimental. Com a certeza do inacabado, destaca-se a qualidade das evoluções na manutenção das bases fundamentais da profissão, sobretudo no plano ético e legislativo.