Introdução: Em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal, os recém-nascidos constantemente necessitam de transfusão de Concentrado de Hemácias, uma vez que esse continua sendo o único tratamento para a maioria dos casos de anemia neonatal. Objetivo: Caracterizar o perfil dos neonatos hemotransfundidos em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Metodologia: Trata-se de recorte de uma Pesquisa Clínica realizada com de recém-nascidos em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de um Hospital de Curitiba, Paraná entre janeiro a julho de 2019. Os dados foram coletados mediante observação direta da transfusão, e da busca e registro de informações contidas nos prontuários dos neonatos, foram tabulados no Microsoft Excel® e analisados por meio de estatística descritiva. Aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Instituição, parecer nº 3.085.630. Resultados: Durante o período de seis meses de coleta de dados, foram incluídos na pesquisa neonatos que necessitaram de transfusão de Concentrado de Hemácias, totalizando uma amostra final de 46 transfusões de hemácias e 24 recém-nascidos, sendo a maioria (70,8%) do sexo masculino. Em 75,0% dos casos as mães eram de raça branca e 66,7% dos neonatos nasceram de parto cesárea. A média da idade gestacional foi de 30,7 + 3,2 semanas, variando de 23 a 39 semanas. A mediana de peso ao nascimento foi de 1250g, variando de 580 a 4085g, onde a maior parte dos neonatos (62,5%) apresentou peso de nascimento inferior a 1500g. Quanto ao índice de Apgar, 54,2% dos recém-nascidos no 1º minuto apresentaram Apgar entre 4 e 7 e 33,3% maior que 7; no 5º minuto 83,3% dos neonatos apresentaram Apgar maior que 7. Dentre os motivos de internação, a prematuridade ocorreu em 17 (70,8%) recém-nascidos, desses 16 (94,1%) também apresentavam diagnóstico de afecção respiratória. No momento da transfusão a mediana de peso dos neonatos foi de 1382,5 gramas, variando de 500 a 4285g e o hematócrito foi de 29,1 + 5,5%. O tempo de vida dos recém-nascidos no ato da transfusão foi em mediana de 20 dias, variando de 2 a 120 dias, e o tempo de internação de 19,5 dias, variando de 2 a 120 dias. Quanto à tipagem sanguínea da bolsa, em 71,7% dos casos era O+ e em 28,3% O-. Conclusão: Essa investigação permite traçar um perfil das condições dos neonatos hemotransfundidos os quais foram prematuros e com muito baixo peso ao nascer. E contribui para aprimorar a qualidade e segurança dos cuidados prestados pelo enfermeiro e equipe.