Introdução: A pandemia causada pelo vírus 2019-nCOV gerou o aumento de atendimentos à saúde em todo o Brasil e exigiu que os municípios se organizassem para atender uma demanda que ultrapassava os recursos físicos e humanos pré-estabelecidos. Como estratégia à emergência sanitária, foi estruturado na cidade de Cláudio-MG, o Centro de Atendimento às Síndromes Gripais para atendimento temporário e emergencial. Objetivo: descrever as estratégias do município para resposta a pandemia de COVID-19 e os resultados alcançados. Método: Estudo descritivo de relato de experiência sobre as estratégias para resposta à emergência sanitária causada pela COVID-19 em uma cidade de interior. Resultados: Trata-se de um município na zona oeste com 28 mil habitantes. Para articular a rede municipal, o fluxo envolveu setores do SUS e privados. Em local de fácil acesso à população, o paciente era triado pelo enfermeiro, estratificado quanto a gravidade, direcionado para testagem laboratorial e para consulta médica para manejo terapêutico e isolamento domiciliar. Casos graves eram estabilizados e transferidos para o Pronto Atendimento. Por fim, seguia para orientações sobre isolamento domiciliar e sinais e sintomas de alerta de COVID-19. O monitoramento era feito via contato telefônico. Os atendimentos iniciaram em 25 de março de 2021 e findaram em 30 de julho de 2021. Foram atendidos 4319 pessoas, 1137 no mês de abril, 1242 em maio, 950 em junho e 775 em julho. A partir de maio implementou-se testes rápidos de antígeno e anticorpo para todos os casos sintomáticos. Em parceria com empresas do setor privado realizou-se a testagem em massa de trabalhadores em loco para isolamento de casos assintomáticos ou pré-sintomáticos a partir de junho. Concomitantemente, com o avanço da vacinação, foram reforçadas campanhas de conscientização e acionamento da fiscalização em locais de maior incidência de casos. Identificou-se uma redução de 80% de casos positivos entre a primeira semana de junho (114) e julho (24). Conclusão: a criação do centro ampliou o acesso a população, promovendo uma conduta unificada, direcionando os pacientes para apenas um ponto de atendimento e amenizou a demanda em setores como Atenção Primária à Saúde e Pronto Atendimento. Medidas associadas de informação a população, vacinação, acesso a atendimento médico e testes laboratoriais e isolamento social, possibilitaram a contenção da disseminação do coronavírus e evitou o colapso do sistema de saúde local.