O vírus da imunodeficiência humana (VIH, em português) é transmitido de pessoa para pessoa por meio de relações sexuais desprotegidas (vaginal, anal ou oral), através do compartilhamento de objetivos perfuro-cortantes contaminados (agulhas, alicates, etc.) ou ainda de mãe soropositiva, sem tratamento, para o filho durante a gestação, parto ou amamentação. Inicialmente, em meados da década de 80, a infecção foi caracterizada como problema de saúde de “grupos de risco”, mais tarde a infecção afetou todos os seguimentos sociais. A princípio, a testagem era realizada necessariamente em grupos específicos, como doadores de sangue, de órgãos e de sêmen. Pouco tempo depois, houve a democratização para a possibilidade da testagem de forma gratuita, confidencial e anônima, o que foi possível pela criação dos Centros de Orientação e Apoio Sorológico (COAS). Com o acesso à Terapia Antirretroviral (TARV) e a criação dos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) o enfoque se deslocou do plano assistencial para ações de prevenção e detecção do HIV. O presente trabalho teve como objetivo descrever o perfil dos pacientes com sorologia positiva para o HIV, atendidos pelos CTA’s da rede municipal de saúde de São Luís – Maranhão. Tratou-se de uma pesquisa descritiva, retrospectiva, com abordagem quantitativa dos dados obtidos através de prontuários. A amostra final foi de 237 pacientes com sorologia positiva para HIV. Observou-se a prevalência dos homens (67%), com idade entre 30 e 49 anos, de cor parda e solteiros. Quanto à escolaridade, 43% tinham até 12 anos de estudo. Quanto à orientação sexual 52% se declaram heterossexual, com relação sexual entre parceiros homens ou mulheres. No que se refere a comportamentos de risco, 28% tiveram de 2 a 5 parceiros sexuais, 89% foram expostos ao vírus por meio de relações sexuais desprotegidas, 65% relataram uso do preservativo ocasional antes da infecção, 30% fizeram uso do preservativo ocasionalmente e 9% não utilizam a proteção. Diante disso, concluiu-se que mesmo diante dos esforços e campanhas para o combate ao HIV, observa-se um importante comportamento de risco, difundido em todos os seguimentos sociais evidenciado pelo crescente o número de pessoas infectadas.