Anais - 23° CBCENF
Resumo
Título:
AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA ESPIRITUALIDADE E A INFLUÊNCIA NO COTIDIANO DAS PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS
Relatoria:
LUIZ CARLOS MORAES FRANÇA
Autores:
- Antônio Marcos Tosoli Gomes
- Virgínia Paiva Figueiredo Nogueira
- Pablo Luiz Santos Couto
- Rachel Verdan Dib
- Caren Camargo do Espírito Santo
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
TECNOLOGIA, PESQUISA, CUIDADO E CIDADANIA
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A espiritualidade mostra-se como fator importante do viver com o HIV/Aids, pois a descoberta diagnóstica traz um impacto significativo na vida das pessoas com HIV/Aids, muitas vezes carregando consigo o estigma da síndrome, fazendo com que estas procurem dar um sentido para vida a partir da manifestação da sua espiritualidade. Objetivos: Analisar a espiritualidade e suas representações sociais para pessoas vivendo com HIV/Aids, bem como as influências no cotidiano com a síndrome. Metodologia: Estudo descritivo qualitativo, alicerçado na Teoria das Representações Sociais, em sua abordagem processual, realizado em ambulatório especializado em um Hospital Universitário, localizado no município do Rio de Janeiro. Participaram 166 pessoas vivendo com HIV após assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Critérios de inclusão: maiores de 18 anos, que fazem uso de antirretrovirais por, pelo menos, 6 meses e realizam acompanhamento no referido ambulatório. O estudo teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa nº 699.220. Para coleta de dados foi utilizado questionário sociodemográfico e entrevista semiestruturada para a obtenção dos conteúdos da representação. O material discursivo foi transcrito em um corpus e submetido à análise de conteúdo do tipo lexical com o emprego do software IRAMUTEQ. Resultados: Participaram do estudo 32 pessoas, sendo que 68,7% se declararam do sexo masculino e 31,3% do sexo feminino. Quanto ao tempo de diagnóstico, 50,4% possuem entre 13 e 25 anos. Do total de participantes do estudo, 96,9% do grupo refere o uso da terapia antirretroviral. Há, no processo discursivo dos sujeitos a apresentação da espiritualidade como uma dimensão humana, dando-lhe uma interpretação da realidade, de suas vivências e de suas experiências. Dessa forma o adoecimento traz em si um significado pessoal, sendo encarado de forma adversa, entretanto a espiritualidade se torna uma forma de estratégia de enfrentamento e aceitação perante a um diagnóstico de HIV/Aids. Destarte, a maneira com que a pessoa se relaciona e experiência o processo saúde-doença, nunca é a mesma, tendo a forma de enfrentamento realizada de maneira singular, com vistas à atribuição de significados diante do vivido. Conclusão: A espiritualidade relaciona-se com a possibilidade de entendimento com a situação vivida, permitindo melhores formas de lidar com a situação, caracterizando-se como uma força para o enfrentamento do viver com HIV/Aids no cotidiano da existência.