INTRODUÇÃO: Os animais peçonhentos são os que produzem peçonha (veneno), apresentando formas distintas para injetá-las em seu alvo. O Brasil passou por grandes avanços na área assistencial, todavia, os acidentes por animais peçonhentos ainda é um problema de saúde pública negligenciado. Esses acidentes estão ligados a vários fatores, principalmente pela vasta biodiversidade brasileira, mudanças nos hábitos de vida da sociedade, e o crescimento urbano desordenado invadindo áreas de matas ciliares. OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico dos acidentes por animais peçonhentos em um município do interior do Piauí. MÉTODOS: Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, de caráter exploratório, realizado a partir dos casos notificados de acidentes por animais peçonhentos em um município piauiense no período de 2007 a 2017. Os dados foram obtidos por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram consideradas como variáveis: Ano, mês, sexo, idade, cor/raça, e tipos de animais peçonhentos notificados. RESULTADOS: No período analisado houve 2795 casos de acidentes por animais peçonhentos notificados. A maioria ocorreu no ano de 2017, que teve 17,48% (n=520), no mês de maio 10,79% (n=321), sexo masculino 51,46% (n=1531), na faixa etária de 20 a 39 anos 34,38% (n=1112), raça parda (n=2324; 78,12%) e em casos por escorpião 56,24% (n=1673). Sendo que esses em específicos ocorreram no mês de outubro 6,05% (n=188). Além disso, a lagarta apresentou o menor número de ocorrências notificadas, seguido pela opção de branco/ignorado. CONCLUSÃO: É notória a vulnerabilidade populacional quando se trata de problemas de saúde pública, e no caso de acidentes com animais peçonhentos, constata-se os maiores acometimentos em homens, adultos jovens e pardos. Além disso, as espécies de maiores notificações refletem na biodiversidade da região local.