Anais - 23° CBCENF
Resumo
Título:
VIVÊNCIAS DE MULHERES NO PRÉ-NATAL, PARTO E PUERPÉRIO NO CONTEXTO DO SISTEMA PRISIONAL
Relatoria:
Mariana de Vasconcelos Silva Rocha
Autores:
- Júlio César Batista Santana
- Maria Laura do Amparo Delfino
- Carolina Estéfani de Andrada Neves
- Lais Gomes de Freitas
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
TECNOLOGIA, PESQUISA, CUIDADO E CIDADANIA
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
A gravidez é um evento singular e marcante na vida da mulher, provocando alterações psicológicas, hormonais e físicas que preparam o organismo materno para gerar o novo ser. Neste contexto é fundamental destacar que uma assistência qualificada ao pré-natal, parto e puerpério é de extrema necessidade. Percebe-se que a acessibilidade da população feminina no sistema prisional às ações e serviços de saúde voltadas para a atenção integral à saúde da mulher em articulação com os princípios do SUS, ainda não é uma realidade a essa população. Este estudo tem como objetivo de compreender as vivências e sentimentos das mulheres privadas de liberdade acerca da assistência ao pré-natal, maternidade e puerpério. Trata-se de uma pesquisa qualitativa referenciada pela Análise de Conteúdo proposta por Laurence Bardin. A coleta de dados foi realizada no período de maio à agosto de 2021, com 6 mulheres privadas de liberdade que vivenciaram a gestação, parto e puerpério no Sistema Prisional na região metropolitana de Belo Horizonte. O Projeto foi aprovado pelo CEP da PUC/Minas com o parecer CAAE: 62515416.3.0000.5137, em consonância com os aspectos éticos da Resolução 466/12. Emergiram 4 categorias : Fragilidade na assistência ao pré-natal e ao atendimento apropriado e humanizado ao binômio mãe-filho; Sentimento de solidão vivenciado desde o início da gestação até a separação do binômio mãe-filho; Esperança por um futuro melhor em decorrência do amor surgido pelo filho e o Medo e angustia decorrente da separação do binômio mãe-filho. Os temas discorrem sobre a falta de orientação da equipe de saúde quanto às transformações (físicas, psíquicas e emocionais); também sobre o sentimento de opressão e julgamento pela equipe durante a gestação, evidenciado pelo de descaso no cuidado, apresentando lacunas existentes quanto ao que é preconizado no Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento no Sistema Penitenciário, além disso, dissertam sobre o sentimento de solidão que é potencializado durante a gestação à omissão da assistência à saúde adequada e de qualidade ás mulheres. Conclui-se que a assistência em saúde às mulheres privadas de liberdade pode ser considerada como frágil e inadequada e torna-se necessário que haja uma mudança dentro das penitenciárias para que, tanto as agentes quanto os profissionais de saúde, façam um trabalho de acordo com as necessidades de cada uma das detentas gestantes cumprindo assim os protocolos e planos de cuidado em saúde .