Introdução: Um dos grandes desafios para a continuidade da assistência pela Atenção Primária à Saúde (APS) é a integração e compartilhamento do cuidado entre os diferentes serviços da Rede de Atenção à Saúde (RAS), em especial, no que tange a APS e a atenção especializada. Objetivo: Discorrer sobre a experiência de uma enfermeira residente em saúde da família na Coordenação da Atenção Especializada na capital baiana. Metodologia: Estudo descritivo do tipo relato de experiência, a partir das vivências nos estágios de Gestão do Serviço e Vigilância em Saúde, que compõem o cronograma do segundo ano da Residência Multiprofissional em Saúde da Família pela Fundação Estatal em Saúde da Família (FESF-SUS). Os estágios ocorreram nos espaços de gestão dos Serviços de Atenção Especializada (SAE) municipais da capital baiana durante vinte semanas, nos meses de março à julho de 2021. Resultados e Discussão: Para além dos trâmites burocráticos existentes em qualquer espaço de coordenação, essa experiência possibilitou um novo olhar sobre a celeuma que é gerir toda a rede especializada municipal dada a sua extensão. Durante o período de estágio foi possível perceber o quão imbricados são os processos em saúde e como estes podem apresentar um desempenho efetivo se os serviços de saúde funcionassem a partir da lógica da continuidade do cuidado pelos distintos serviços de saúde. Destarte, é um espaço de gestão muito rico por permitir visualizar como os serviços de saúde nas suas diferentes complexidades se interligam e provocam impactos nos diferentes pontos da rede, tais como o encaminhamento para avaliação com especialistas, acesso ao diagnóstico e ao tratamento com qualidade e no tempo oportuno que reverberam na qualidade de vida da população assistida. Conclusão: Pode-se concluir que vivenciar o processo de trabalho em diferentes pontos da rede possibilita ao profissional de saúde uma visão ampliada da macro e da micropolítica, e como estas influenciam os processos em saúde. É fundamental destacar a necessidade de traçar estratégias de enfrentamento à fragmentação do cuidado e promoção do trabalho em rede viabilizando, assim, um cuidado longitudinal e integral aos usuários(as) do Sistema Único de Saúde (SUS).