INTRODUÇÃO: A quebra de paradigmas proposta pela Reforma Psiquiátrica preconiza que seja realizada de forma contínua, intersetorial e interdisciplinar, na busca pela reinserção social de pessoas em sofrimento psíquico, assim, o cuidado a essas pessoas deve estimular a autonomia e participação ativa na construção de seu projeto terapêutico. A relação terapêutica com o paciente é essencial para a assistência psiquiátrica, portanto esse exercício deve ser objeto da prática da saúde mental nas atividades da graduação, com vistas à atenção integral e equânime. OBJETIVOS: Relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem com mulheres internadas em hospital psiquiátrico, mediante ação terapêutica em grupo de tarefas. METODOLOGIA: A atividade foi realizada com um grupo de usuárias na ala feminina de um hospital psiquiátrico em julho de 2021. Foi utilizada a sala destinada à Terapia Ocupacional, com observação às recomendações sanitárias para prevenção da COVID-19. O tema do grupo foi reconhecimento e autoestima. Foi solicitado às participantes que completassem um desenho pré-projetado de um busto feminino em uma folha de papel A4, no qual poderiam se inspirar em si próprias, ou em mulheres que admirassem. Foram disponibilizados canetas hidrocores, lápis de cores e giz de cera. A atividade teve duração aproximada de 1 hora. RESULTADOS: Participaram da atividade 07 mulheres e 08 alunos. As pacientes foram convidadas a participar de forma espontânea e foi observado uma adesão satisfatória para realizar a tarefa. Pedimos que pensassem no seu modelo, ficando à vontade para detalhar características e cores. Após o desenho, as pacientes apresentaram para o grupo de quem se tratava, e um pouco da história de cada uma. As usuárias demonstraram alegria em conseguir se expressar, tanto através dos desenhos, quanto em suas explicações sobre o mesmo. Muitas relataram sentir falta de suas famílias, principalmente de suas figuras maternas, que compreenderam grande parte dos desenhos. Os estudantes tiveram a oportunidade de interagir e um dos alunos também realizou um desenho e o apresentou para o grupo. Houve momentos de compartilhamentos gratificantes. CONCLUSÃO: A ação evidenciou a importância da quebra do estigma relacionado à psiquiatria dentro e fora da graduação em enfermagem, e o quanto essas atividades terapêuticas contribuem para melhorar o cotidiano das mulheres internadas e para formação de futuros profissionais da enfermagem.