Introdução: os trabalhadores da enfermagem na Atenção Primária à Saúde estão expostos à COVID-19 diariamente, doença que possui alta transmissibilidade e letalidade variável, de acordo com à faixa etária e condições clínicas e de saúde dos indivíduos. Objetivo: conhecer o perfil dos trabalhadores da enfermagem atuantes durante a pandemia COVID-19 na Atenção Primária à Saúde. Metodologia: estudo transversal, quantitativo, descritivo e exploratório, realizado de agosto a novembro de 2020, com trabalhadores da enfermagem da Atenção Primária à Saúde, distribuídos nas cinco regiões do país: cinco da região Norte, oito da Centro-Oeste, três da Nordeste, seis da Sudeste e 88 da região Sul. A coleta de dados foi realizada on-line, através de um questionário eletrônico via Google Formulários. Para análise dos dados utilizou-se o Statistical Package for the Social Sciences - SPSS, v.25.0. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FURG, CAAE: 36472620.8.0000.5324. Resultados: participaram do estudo 110 trabalhadores da enfermagem: 77(70,0%) enfermeiros, 30(27,3%) técnicos de enfermagem e 03(2,7%) auxiliares de enfermagem, com idade média de 36,8 anos (dp±10,30), mínimo de 21 e máximo de 62 anos. Quanto ao sexo biológico, 94(85,5%) eram do feminino e 16(14,5%) do masculino. Com relação a cor, 80 (72,7%) autodeclaram-se da cor branca, 22(20,0%) parda, 7(6,4%) preta e 01(0,9%) indígena. Quanto ao tempo de formação, 11(10,0%) eram formados há menos de 01 ano, 52(47,3%) entre 01 e 10 anos de formação e 47(42,7%) de 10 a 20 anos de formação. Com relação a atuação na unidade de trabalho, 56(50,9%) trabalhadores citaram menos de 01 ano, 46(41,8%) de 1 a 10 anos e 08(7,3%) de 10 a 20 anos. Do total de participantes, 30 (27,3%) pertenciam ao grupo de risco para a COVID-19: 12(10,9%) apresentavam asma, 09(8,2%) obesidade, 06(5,5%) cardiopatia, 05(4,5%) diabetes mellitus, 04 (3,6%) idade acima de 60 anos, 02 (1,8%) outros motivos e 01(0,9%) imudepressão. Dos 30 trabalhadores que pertenciam ao grupo de risco, 05 (4,5%) estavam afastados da assistência direta ao paciente. Conclusão: este estudo aponta um perfil jovem de trabalhadores e que, os inclusos no grupo de risco, em sua maioria, possuíam alguma comorbidade. Conhecer o perfil dos trabalhadores possibilita identificar a heterogeneidade e vulnerabilidade que os caracteriza, possibilitando promover intervenções específicas de segurança, prevenção e de promoção da saúde efetivas nos ambientes de trabalho.