A gestação é um momento de reestruturações na vida da mulher, de transições fisiológicas que culminam em parto vaginal (PV) ou cesáreo (PC), sendo este último realizado quando houver complicações obstétrica/neonatal. O Brasil possui elevadas taxas de cesárea, aproximadamente 40%, quando a Organização Mundial prevê taxas de 15%. O estudo objetivou identificar a prevalência dos tipos de partos realizados no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN) período 2001/2019 em Boa Vista-Roraima, através dos indicadores demográficos e discutir como a enfermagem pode contribuir para melhorar o desempenho das políticas públicas de saúde na área materno-infantil. Realizou-se estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo, do HMINSN, analisando os tipos de partos dos relatórios epidemiológicos de Roraima. Utilizou-se o software Rstudio, teste de Pearson para relação linear, testes hipótese de correlação, teste de Shapiro, para análise dos dados coletados e aplicados gráficos de boxplot para distribuição dos dados. Nos resultados verificou-se em geral que conforme o total de PV aumenta, o total de PC reduz, porém ainda é alto o índice do PC, com redução ao longo do tempo para PV, e uma leve subida nos últimos 5 anos registrados, porém o ano de 2019 destaca-se o aumento significativos nos dois tipos de parto podendo estarem relacionados ao movimento migratório venezuelano com maior intensidade na segunda semestre de 2018. No teste de Shapiro com nível de significância de 5%, os tipos de parto seguem distribuição normal, com os seguintes resultados para os p-valores: PV: p-valor = 82% e PC: p-valor = 32%. Destarte, apesar da rede de atenção na linha de cuidado materno-infantil instigar a humanização no parto e o fim da medicalização desnecessárias dos corpos femininos em trabalho de parto, as taxas de PC são elevadas dado que pode contribuir para a gestão, subsidiando o planejamento das ações /serviços de saúde , monitoramento e avaliação dos resultados, de forma a torná-las mais eficientes e eficazes, bem como corroborar nas discussões de aberturas de casas de partos e a inserção/fortalecimento do enfermeiro obstetra em partos de risco habitual no qual vem fomentar o aumento dos PV caracterizado por melhores desfechos clínicos e experiência vivenciada pela mulher, além proporcionar singularidade na clínica, educação em saúde e promover o protagonismo da mulher do pré-natal ao parto em maternidades.