Introdução: A violência no namoro é considerada um fenômeno multicausal, que possui fortes raízes culturais, familiares e pessoais. Envolve relações afetivas composta por dois indivíduos onde há intenção de continuidade, até que se rompa ou se defina um vínculo de compromisso maior, como casamento. Sendo assim, as mulheres jovens universitárias estão mais vulneráveis às variadas manifestações agressivas perpetradas por seus parceiros(as), tanto pelo desconhecimento das formas de violência, quanto pelos mecanismos de enfrentamento presentes perante a sociedade. Objetivos: descrever as características de mulheres jovens universitárias que vivenciaram a violência de gênero no namoro e identificar suas formas. Método: Pesquisa descritiva, exploratória e com abordagem qualitativa. Realizada em uma universidade pública federal, no município do Rio de Janeiro. Participaram jovens de 19 a 24 anos, matriculadas na universidade, que estavam ou tinham se relacionado com um parceiro por seis meses ou mais. Foram excluídas as estrangeiras e casadas. Ocorreu de julho de 2018 a marco de 2019. A técnica adotada foi a entrevista semiestruturada e individual. O processo analítico foi à análise temática. Pesquisa aprovada pelo CEP da UNIRIO. Resultados: Participaram 50 jovens, dos quais 40 afirmaram ter vivenciado a violência de gênero por parceiro íntimo. As participantes cursavam Enfermagem, Medicina, Pedagogia, Biblioteconomia, Museologia e História. A maioria das entrevistadas eram pardas, heterossexuais, não possuíam religião, tiveram sexarcas entre 15 e 17 anos. A violência psicológica, foi a mais incidente, seguida da moral, física, sexual e patrimonial. Evidenciou-se a sobreposição das formas de violência e a bidirecionalidade. Conclusão: A maioria dos relacionamentos foram abusivos e os homens, os maiores perpetradores da violência contra as jovens, reforçando a desigualdade de gênero. Revela que esse tipo de violência está presente em todas as esferas sociodemográficas e espaços, incluindo o acadêmico. Reforça-se a necessidade de desconstrução de estereótipos e da reflexão sobre estratégias de prevenção e enfrentamento à violência no namoro na universidade, reduzindo riscos à saúde e preservando a vida das jovens.