InIntrodução: O medo da infecção pelo SARS-CoV-2, agente etiológico da COVID-19, contribuiu para a redução na procura pelos serviços de vacinação, impactando negativamente na cobertura de vacinas preconizadas em vários países e regiões do mundo, incluindo a vacina contra febre amarela (FA), uma doença hemorrágica causada pelo Yellow Fever vírus. Objetivo: Analisar o número de doses da vacina contra Febre Amarela (vacina FA) aplicadas antes e após o início das medidas de distanciamento social instituídas devido à pandemia de COVID-19 no Brasil. Métodos: Estudo ecológico, de série temporal interrompida, com dados do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Avaliaram-se diferenças entre a mediana do número de doses aplicadas da vacina FA no Brasil e Regiões antes das medidas de distanciamento (abril/2019 a março/2020) e após (abril/2020 a março/2021) pelo Teste Mann-Whitney. Empregou-se modelos de regressão de Prais-Winsten para análises de série temporal interrompida. Resultados: Observou-se redução na mediana de doses aplicadas no Brasil e nas Regiões: Norte (-34,71%), Centro-Oeste (-21,72%), Sul (-63,50%) e Sudeste (-34,42%) (p<0,05). As tendências mostraram: estacionárias no Brasil e 5 Regiões do durante a pandemia (p> 0,05) com acentuação das velocidades de redução da inclinação; aumento nos Estados de Alagoas (antes: ?=64, p=0,081; após: ?=897, p=0,04) e Roraima (antes: ?=68, p=0,724; após: ?= 150, p=0,000) , contudo teve-se menor número de doses aplicadas que no período anterior nesta última Região. Conclusão: Evidenciou-se redução do número de doses aplicadas da vacina FA após as ações restritivas de enfrentamento da COVID-19 no Brasil.