INTRODUÇÃO: Embora exista uma crescente conscientização sobre a importância da qualidade da atenção primária no Brasil, a adoção de cuidados à saúde ainda é um desafio. No intuito ampliar o acesso aos serviços de Atenção Primária, o Ministério da Saúde criou o Programa “Saúde na Hora” através da Portaria nº 397/GM/MS de 2020 propondo um novo formato de funcionamento das unidades de saúde com horário estendido, contudo, a garantia das condições de trabalho adequadas para a equipe de saúde ainda é um desafio. OBJETIVOS: Relatar a experiência vivenciada após estágio curricular de enfermagem na disciplina Saúde Coletiva em uma Unidade de Saúde da Família (USF) cadastrada no Programa “Saúde na Hora”, no município de Manaus-Am. METODOLOGIA: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado em uma USF cadastrada no Programa “Saúde na Hora”, no período de junho de 2021. RESULTADOS: A população abrangida era de 12.500 habitantes, na unidade havia cinco equipes de saúde da família (ESF) e cinco equipes de saúde bucal, o funcionamento após cadastro no Programa “Saúde na Hora” foi expandido de segunda à sexta de 07:00 às 21:00h e aos sábados das 07:00h às 12:00h. No ano de 2020, a unidade tornou-se referência para o atendimento de Síndrome Gripal e/ou COVID-19 sendo necessário operacionalizar novos processos de trabalho para as equipes de ESF. Dessa forma o enfermeiro foi umas das categorias mais mobilizadas para o gerenciamento; demanda assistencial; cumprimento de metas; dentre outras questões relativas à escassez da equipe e defasagem de mão de obra e insumos. Com o Programa “Saúde na Hora” e, mediante a redução da pandemia, a USF continuou referência para COVID-19 e planejamento da campanha de vacinação, tal simultaneidade, sobrecarregou o processo de trabalho e qualidade da assistência de enfermagem além de fragmentar o vínculo das equipes com a população adscrita. CONCLUSÃO: A pandemia gerou desafios e novas dinâmicas na atuação do enfermeiro demandando sua adaptação para o funcionamento da USF. Com a presente experiência, vivenciou-se a rotina de um serviço público no qual o profissional atuou com suas limitações e potencialidades mediante a parametrização do Programa “Saúde na Hora” e a pandemia. Foi um percurso que nos sensibilizou relatar com o compromisso de contribuir para a construção e fortalecimento do SUS, sob a reflexão da sobrecarga de trabalho presente na dinâmica de trabalho da enfermagem.