Anais - 23° CBCENF
Resumo
Título:
CARACTERÍSTICAS DAS INTERNAÇÕES EM SAÚDE MENTAL DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
Relatoria:
Bruna Caroline Ruppelt
Autores:
- Alexandra do Nascimento Damasio Flores
- Daiana Foggiato Siqueira
- Jully Martins Gomes Portela
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
TECNOLOGIA, PESQUISA, CUIDADO E CIDADANIA
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: No Brasil, os agravos em saúde mental aumentaram de forma preocupante no contexto de pandemia, mais pessoas adoeceram psiquicamente ou tiveram piora no quadro clínico, o que elevou a procura por atendimento nos serviços de saúde mental, incluindo as internações em saúde mental. Objetivos: Analisar as internações em uma Unidade de Atenção Psicossocial (UAP) de um hospital universitário durante a pandemia da COVID-19. Metodologia: Estudo descritivo, transversal a partir de dados secundários obtidos por meio do serviço de estatística de um Hospital Universitário do interior do Estado do Rio Grande do Sul. Foram analisadas as variáveis: sexo, etnia, procedência e diagnóstico. Resultados: Foram analisadas 143 (46,4%) internações ocorridas na UAP no período de abril a outubro de 2020. Quanto as características emergentes, houve predomínio de internações de mulheres de etnia branca e procedentes do município no qual a unidade está localizada. Sabe-se que há uma associação entre os transtornos mentais e gênero, com maior prevalência entre as mulheres. Sendo assim, as atribuições femininas tradicionais, como o papel de esposa, de mãe, cuidadora, quando relacionados a fatores estruturais que envolvem desemprego, situação de violência e condições precárias de vida e saúde, contribuem para o adoecimento psíquico das mulheres. Os diagnósticos mais prevalentes foram: Espectro da Esquizofrenia e Outros Transtornos Psicóticos (32,6%), seguido do Transtorno Bipolar e Transtornos Relacionados (30,6%) e Transtornos Depressivos (21,6%). O contexto pandêmico exigiu que muitas medidas fossem incluídas no cotidiano das pessoas, destacando-se, o isolamento social. Somado a isso medo da contaminação, de perder um familiar, os sentimentos de solidão, de ansiedade, além das perdas financeiras e o estigma da doença atingiram muitos indivíduos no mundo. Dessa maneira, os efeitos psicológicos negativos aumentassem na população e ainda, agravassem o quadro daquelas pessoas com algum diagnóstico prévio de transtorno mental. Conclusão: as internações em uma UAP no período da pandemia revelou que as mulheres apresentam o maior percentual, evidenciando um adoecimento psíquico dessa população. Assim, é fundamental fortalecer projetos e políticas públicas no âmbito da saúde mental que levem em consideração as questões de gêneros.