Anais - 23° CBCENF
Resumo
Título:
SEDE NO PACIENTE QUEIMADO: PERCEPÇÃO APÓS IMPLANTAÇÃO DO MANEJO DA SEDE
Relatoria:
Renata Pires de Arruda Faggion
Autores:
- Roberto Emanuel Bueno Ferreira
- Aline Korki Arrabal Garcia
- Isadora Pierotti
- Marilia Ferrari Conchon
- Lígia Fahl Fonseca
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
TECNOLOGIA, PESQUISA, CUIDADO E CIDADANIA
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A sede perioperatória é um desconforto intenso e prevalente na prática clínica do paciente cirúrgico queimado. Esse sintoma pode ser intensificado devido aos frequentes períodos de jejuns pré e pós-anestésico, devido à necessidade da realização de múltiplos procedimentos cirúrgicos e balneoterapias para tratamento da queimadura, além de medicações anestésicas, uso de opioides para controle da dor e hipovolemia decorrente da fisiopatologia da queimadura. Para minorar esse intenso desconforto, foi implantado o Modelo de Manejo da Sede perioperatória em uma unidade de queimados. Objetivo: Compreender a percepção do paciente queimado no pós-operatório imediato após implantação do Modelo de Manejo da Sede. Metodologia: Pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso, realizada em um centro de tratamento de queimados de um hospital de nível terciário do Sul do Brasil no mês março de 2020. Os critérios de seleção foram o paciente queimado ter realizado procedimento cirúrgico, vivenciado a sede no pós-operatório imediato e recebido o manejo da sede. Para a coleta de dados utilizou-se entrevista semiestruturada, gravada e transcrita, que foi realizada após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultado: Paciente do sexo feminino de 32 anos, admitida no centro de tratamento de queimados apresentando queimaduras de segundo grau em extensão de tórax, membros superiores e pescoço, totalizando 15% de superfície corpórea queimada. Em sua hospitalização, experenciou a sede durante o jejum pós-anestésico, considerando este sintoma intensamente desconfortável e estressante. A partir da identificação de seu sintoma pela equipe de enfermagem, foi possível realizar o manejo da sede no pós-operatório imediato, contribuindo na redução da sede, além de sua angústia. A paciente relatou o hábito prévio de ingesta hídrica em grandes quantidades em seu cotidiano. Esse aspecto individual acarretou em repercussões na manifestação do sintoma da sede, tornando-o excruciante. Conclusão: Ao decorrer da entrevista, foi possível notar o benefício do manejo da sede em minorar seu sofrimento. A implantação do manejo da sede é relevante no centro de tratamento de queimados, considerando as múltiplas exposições ao jejum e repetidos atos anestésicos, além disso, por se tratar de uma pesquisa inovadora nessa temática, fortalece a autonomia da enfermagem em tratar a sede tornando o cuidado mais humanizado e intencional, sendo essencial ao paciente queimado.