Introdução: O envelhecimento populacional, aliado ao aumento na prevalência das condições crônicas, os acidentes automobilísticos e violência tem exigido mudanças do setor saúde, sendo a Atenção Domiciliar (AD) uma modalidade de cuidado em processo de desenvolvimento. Frente a essa realidade, os serviços de saúde têm buscado a reorganização do processo de trabalho, a fim de atender esta nova demanda de saúde, garantir o direito à saúde com eficiência na assistência e custos reduzidos, uma vez que o atual modelo assistencial praticado gera institucionalização, internações cada vez mais prolongadas, dificuldades para desospitalização e a escassez de leitos para pacientes com condições agudas. Assim, a AD surge como uma estratégia de mudança em contraponto ao modelo hegemônico e hospitalocêntrico, no qual o foco assistencial é a assistência do paciente prestada pela própria família respaldada por uma equipe multi e inteprofissional. O cuidado domiciliar é um processo dinâmico, em que a equipe de AD tem como objetivo organizar o processo de trabalho de maneira interdisciplinar e elaborar um plano de cuidados que contemple todas as necessidades assistenciais do paciente, informando e dando suporte para o cuidador. Atinente a isso a equipe de AD tem como atribuição a assistência, associado a gestão do cuidado dos pacientes, com foco em ampliar a resolutividade e a integralidade do cuidado. Objetivo: Compreender a percepção dos cuidadores sobre a desospitalização para o serviço de Atenção Domiciliar. Método: Trata-se de pesquisa qualitativa realizada com cuidadores familiares de pacientes atendidos pelo Serviço de Atenção Domiciliar de um Hospital da capital de Mato Grosso do Sul. Os dados foram coletados no período de abril de 2019 a Julho de 2020, por meio de entrevistas semiestruturadas, com a gravação de áudio, realizadas em domicílio. Após a transcrição na íntegra, as entrevistas foram submetidas a análise de conteúdo modalidade temática. Resultado: Foram entrevistados 12 cuidadores familiares. Os dados convergiram em três categorias: sentimentos relacionados à desospitalização; formação para o cuidado domiciliar e rede de apoio familiar e social. Conclusão: Concluiu-se com este estudo que a AD mostra-se como uma alternativa segura para a garantia de uma assistência continuada, no entanto, faz-se necessário repensar sobre as estratégias utilizadas para treinamento dos cuidadores.