INTRODUÇÃO: A reforma psiquiátrica abriu espaço para reformulação do cuidado no âmbito da psiquiatria, com o objetivo de superar o modelo asilar arcaico e desencadeador de uma série de violências ao ser humano em sofrimento psíquico. Trata-se de um processo complexo e contínuo em desmontar o modelo hospitalocêntrico, com a implantação de uma rede de atenção psicossocial centrada no indivíduo e o cuidado no seu território. Neste sentido, as práticas nesses cenários exigem vínculo, empatia e corresponsabilização dos profissionais para o cuidado efetivo. OBJETIVOS: Relatar uma experiência de acadêmicos de enfermagem com pacientes internados em um hospital psiquiátrico, com objetivo de construir um momento de educação em saúde, evidenciando o trabalho da enfermagem no âmbito de saúde mental. METODOLOGIA: Realizada uma ação terapêutica com um grupo de pacientes na ala masculina de um hospital psiquiátrico em julho de 2021. O tema proposto na atividade foi um desenho livre de algo com significado de alegria e bem estar, visando trabalhar o lúdico e estimular a socialização e a expressão individual e coletiva do sofrimento psíquico. RESULTADOS: Participaram da ação terapêutica 08 pacientes, cuja faixa etária variou entre 20 a 57 anos. A atividade iniciou com apresentações dos participantes, que tiveram a oportunidade de falar sobre si e a sua situação atual. A atividade teve duração aproximada de 1 hora e foram disponibilizadas folhas de papel A4 em branco e giz de cera coloridos. Os pacientes realizaram desenhos que expressavam lembranças alegres de suas vidas. Elementos da natureza foram predominantes, tais como coqueiros e flores. Foi observado que alguns desenharam suas casas e famílias, bem como declarações de saudade nos desenhos. Evidenciando o quanto a liberdade e o contato com a natureza são elementos que produzem saúde e bem estar, bem como o afeto expressado pela saudade de seus entes queridos. CONCLUSÃO: A atividade evidenciou a importância da quebra do estigma do cuidado em psiquiatria, pois mesmo no momento da crise, é possível o desenvolvimento de estratégias acolhedoras de cuidado. O grupo de acadêmicos considerou a atividade edificante no sentido de formar vínculos terapêuticos significativos com os pacientes. Portanto, se faz necessário compreender e implementar ações terapêuticas que possam estimular a socialização e a escuta do sofrimento por meio de atividades lúdicas e criativas, que permitam a expressão das subjetividades das pessoas.