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Anais - 23° CBCENF

Resumo

Título:
O IMPACTO DO PRÉ-NATAL NA OCORRÊNCIA DO NEAR MISS MATERNO
Relatoria:
AMANDA CAMILO SILVA LEMOS
Autores:
  • Jaqueline Guimarães Elói de Brito
  • Cleyse Caroline Alves de Alencar
  • Maria do Socorro Claudino Barreiro
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
TECNOLOGIA, PESQUISA, CUIDADO E CIDADANIA
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: O Near Miss Materno (NMM) é definido como uma mulher que sobreviveu a uma complicação grave, ocorrida durante a gravidez, o parto ou em até 42 dias após o término da gestação. Em 2001, Waterstone e colaboradores definiram critérios diagnósticos para morbidade materna grave considerando as situações clínicas: Pré-eclâmpsia grave (PE), Eclâmpsia, Síndrome HELLP, Hemorragia grave, Sepse e Ruptura Uterina. Em 2011, a Organização Mundial da Saúde definiu essas categorias amplas de condições clínicas como complicações maternas graves, caracterizando o NMM. Objetivo: Avaliar os fatores associados à ocorrência do NMM. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa transversal, com abordagem quantitativa e descritiva, desenvolvida numa maternidade pública de alto risco de Sergipe, realizada entre os meses de maio e junho de 2021. A coleta deu-se com 30 puérperas através de entrevista face a face no pós-parto imediato e extração de dados dos prontuários das puérperas e dos cartões de pré-natal. O processamento e análise dos dados desenvolveu-se por meio do software Microsoft Excel®. Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe sob Parecer nº 4.391.526. Os pesquisadores seguiram as diretrizes e normas preconizadas pela Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisas envolvendo seres humanos. Resultados: Das 30 puérperas que participaram da pesquisa, 27 possuíam a hipótese diagnóstica de PE, 1 de eclâmpsia e 2 de Síndrome de HELLP. Sobre as vias de parto, 21 foram cesáreas e 7 vaginais. Em relação à realização de pré-natal, 29 realizaram o acompanhamento na rede pública e apenas 1 não realizou pré-natal. Apesar de 22 puérperas terem realizado mais de 6 consultas pré-natais, 13 procuraram atendimento em maternidades de risco habitual pois não foram orientadas sobre a maternidade de referência, atrasando o atendimento. Além disso, apenas 14 iniciaram o pré-natal até o 3º mês. Sobre o pré-natal de alto risco, 20 não foram encaminhadas. Conclusão: Os achados destacam como fatores sociodemográficos podem ser determinantes para a morbimortalidade, tais como a falta de acesso a uma assistência pré-natal de qualidade, em tempo oportuno, e ao parto. Portanto, a abordagem do NMM produz resultados que orientam decisões políticas para a melhoria da qualidade do cuidado à saúde materna em serviços de atendimento à saúde, principalmente para o fortalecimento da atenção primária e qualidade do pré-natal.