Anais - 23° CBCENF
Resumo
Título:
DOENÇAS NÃO TRANSMISSIVEIS E REDE DE APOIO EM UMA COMUNIDADE QUILOMBOLA DO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL
Relatoria:
Taís Alves Farias
Autores:
- Michele Mandagará de Oliveira
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
TECNOLOGIA, PESQUISA, CUIDADO E CIDADANIA
Tipo:
Monografia
Resumo:
Os quilombos representam a luta defendida pelos escravos em nome de sua própria liberdade, contra a opressão cultural e religiosa. Nos dias atuais, convivemos com as comunidades quilombolas que possuem grande vulnerabilidade social, principalmente em relação aos cuidados de saúde. O objetivo é relatar sobre doenças não transmissíveis e rede de apoio identificadas em uma comunidade quilombola. É um recorte da monografia intitulada “Condições de saúde de uma comunidade quilombola do interior do Rio Grande do Sul” da Faculdade de Enfermagem UFPel. Estudo exploratório, descritivo com abordagem qualitativa, foram respeitados os preceitos éticos da Resolução 466/12 e aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Enfermagem UFPel sob o parecer 2.619.569 em 2018. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas em junho de 2018 com 24 moradores de uma Comunidade Quilombola no interior do Rio Grande do Sul. Os dados foram analisados através da análise temática Minayo. As doenças não transmissíveis predominantes foram hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças osteoarticulares e doenças cardíacas, apresentando grande impacto devida a falta de acompanhamento dessas patologias e verificação de medicamentos. A comunidade quilombola encontram-se em uma distância de 35 km da cidade mais próxima, o que dificulta o acompanhamento adequado pela falta de acesso a serviços de saúde, devido à dificuldade de locomoção e falta de atendimento por poucas fichas. Como forma de diminuição e controle dos agravos dessas doenças é comumente utilizadas práticas alternativas para resolução, como utilização de plantas medicinais, benzeduras, simpatias e rituais que fornecem um suporte para essa população desassistida pelas políticas públicas de saúde. Nessas comunidades é vista também a importância da rede de apoio, entre familiares e pessoas da própria comunidade que se ajudam nas situações de necessidades em saúde, quando as doenças não transmissíveis comprometem a saúde dessa pessoa. O grupo familiar adquire uma grande importância no seu interior, geralmente sendo a primeira e a mais constante unidade de saúde, onde o cuidado prestado envolve ações de promoção a saúde, prevenção e tratamento de doenças, incluindo a reabilitação. Evidencia-se que muitas das doenças não transmissíveis não possuem tratamento adequado, justamente pela dificuldade de acesso a serviços de saúde, assim os moradores desta comunidade adotam métodos alternativos e culturais para resolução dessa problemática.