Introdução: o TelessaúdeRS-UFRGS é um dos núcleos do Programa Telessaúde Brasil Redes e está vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). As ações do TelessaúdeRS-UFRGS são dirigidas à população por meio de apoio aos profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS). Desde 2007, o núcleo oferece teleconsultoria nas modalidades síncrona e assíncrona. Para enfermeiras(os) do estado do RS, o serviço é ofertado desde agosto de 2014. Em janeiro de 2016, ampliou-se para enfermeiras(os) de todo o Brasil. Por meio do 0800 644 6543, enfermeiras(os) que atuam em Unidades de Saúde podem ligar para compartilhar casos clínicos e/ou dúvidas relacionadas ao trabalho na APS. As discussões ocorrem entre pares, são pautadas nas atribuições legais da profissão e as respostas são baseadas nas evidências científicas disponíveis. Objetivos: relatar o uso da teleconsultoria síncrona em enfermagem, que tem por finalidade esclarecer dúvidas clínicas, de ações em saúde e/ou relacionadas ao processo de trabalho, na intenção de promover educação permanente dos profissionais da APS, qualificar a assistência ao usuário e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS). Metodologia: trata-se de um relato de experiência que contextualiza a atuação da equipe de telenfermagem do núcleo TelessaúdeRS-UFRGS. Resultados: desde 2014, o serviço contribuiu com a discussão de mais de 15 mil teleconsultorias síncronas solicitadas por enfermeiras(os) de todo Brasil. Este número resulta dos diferentes períodos em que o serviço esteve disponível. Os dados mostram que o serviço foi utilizado por enfermeiras(os) de todos os estados, majoritariamente de serviços localizados nas regiões sul e sudeste do país. Conclusão: a oferta de suporte qualificado, gratuito e disponível em período integral é estratégica quando considerarmos a multiplicidade da APS no Brasil. Acredita-se que a tecnologia é uma importante aliada na democratização do acesso ao conhecimento científico e as teleconsultorias têm potencial transformador na atuação das(os) enfermeiras(os), para que possamos superar o modelo de cuidado fundamentalmente baseado em procedimentos, oportunizando um olhar para saúde integral dos indivíduos e contribuindo para uma APS mais resolutiva.