Anais - 23° CBCENF
Resumo
Título:
EPIDEMIOLOGIA DAS INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA
Relatoria:
Jéssica Lyra da Silva
Autores:
- Isabelle Katherinne Fernandes Costa
- Julliana Fernandes de Sena
- Valeska Vieira Leite de Menezes
- Cintia Galvão Queiroz
- Dianny Alves dos Santos e Santos
- Maria Elizabethe Cristina de Oliveira
- Francisca Simone da Silva
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
TECNOLOGIA, PESQUISA, CUIDADO E CIDADANIA
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
As unidades de terapia intensiva (UTI) são consideradas os núcleos das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). Este trabalho buscou identificar o perfil epidemiológico das IRAS na unidade de terapia intensiva pediátrica (UTIP) de um hospital de referência em Natal/RN. Foi realizado um estudo transversal, exploratório-descritivo, retrospectivo e quantitativo das IRAS ocorridas no ano de 2018 na UTIP do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL). O estudo foi realizado conforme a Resolução 466/12 do Conselho Nacional da Saúde e após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa/UFRN sob todos os preceitos éticos. Durante o ano de 2018 foram realizadas 167 admissões na UTIP. Dessas, 11 desenvolveram IRAS, com prevalência de 6,5%. A infecção primária de corrente sanguínea foi o tipo de IRAS mais prevalente (2,3%), relacionada a usos de dispositivos intravenosos. O segundo sítio mais acometido com IRAS foi o urinário, com três casos, prevalência de 1,7%. Infecção de sítio cirúrgico, ventriculite, peritonite e sepse de foco abdominal também foram notificados como IRAS, tendo um caso atribuído a cada sítio. Os 11 casos de IRAS foram causados por 9 agentes etiológicos diferentes identificados, sendo 8 bactérias e 1 fungo (Candida albicans) sendo as bactérias dos gêneros Pseudomonas (Pseudomonas aeruginosa) e Enterobacter (Enterobacter aerogenes e Enterobacter cloacae) notificadas em dois casos cada. Três casos acometeram uma mesma paciente em três meses e três sítios de infecção distintos. Esta paciente permaneceu internada por mais de seis meses e foi diagnosticada com IRAS no mês 0, 2 e 6 de internação. As IRAS que acometeram esta paciente foram: infecção fúngica do trato urinário e duas infecções bacterianas, sendo infecção de corrente sanguínea associada a cateter de hemodiálise e peritonite associada a Cateter de Tenckhoff. Apenas um paciente notificado evoluiu a óbito na UTIP durante o período de internação em que foi diagnosticado com IRAS, os demais evoluíram com alta da UTIP para dar seguimento ao tratamento na enfermaria pediátrica da instituição. Apesar do cuidado tomado pelas instituições de saúde através de orientações, normas e protocolos instituídos nacionalmente ou locais, as IRAS ainda são um problema de saúde pública que aumentam os custos e tempo de internação e trazem prejuízos aos pacientes, sendo de difícil extinção devido à resistência microbiana e frequentes procedimentos invasivos, principalmente no âmbito da UTI.