As medidas de educação em saúde passaram a sofrer grandes desafios na atenção primária à saúde com o advento da pandemia causada pelo SARS-CoV-2. O vírus identificado pela primeira vez na cidade de Wuhan no ano de 2019, tomou grandes proporções nas regiões da china e rapidamente alastrou-se para os demais países resultando em uma pandemia. Nesse sentido, surgiu as mais diversas inquietações e desafios no campo da saúde e da educação, no que se refere a continuidade do cuidado e na promoção de saúde dentro dos programas e políticas de saúde da APS. O estudo objetivou relatar a experiência de uma enfermeira integrante do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família, na realização de um projeto desenvolvido em parceria com uma equipe multiprofissional em saúde sobre a necessidade de garantir, promover e preservar a educação em saúde em tempos de pandemia do SARS-CoV-2. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, que conta com ações de educação em saúde realizadas tanto na sala de espera como no território adscrito de uma unidade de saúde da família situada no município de Aracaju-SE, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde sobre a biossegurança dos agentes envolvidos. Os resultados foram satisfatórios, visto que promoveu a troca de saberes e a intensificação do vínculo entre os usuários e profissionais de saúde, além da garantia do acesso a informações seguras de forma facilitada. Nota-se também a significância dos recursos áudio-visuais e materiais impressos na promoção da concentração dos participantes nos principais pontos explanados. A sala de espera, além de constituir-se como espaço de troca de saberes, torna agradável o tempo de espera do atendimento. O artificio de distribuição de materiais de informação proveu um meio de sanar dúvidas na ausência de um profissional habilitado e estimulou o compartilhamento das informações contidas entre parentes e amigos, atuando como agentes multiplicadores. A abordagem no território, foi realizada no peridomicílio, ou seja, nem os ACS, nem as residentes adentraram as casas dos usuários. Conclui-se então que apesar do cenário atípico que a saúde se encontra, é possível construir e adaptar modelos de cuidados que garantam a continuidade da promoção de saúde nos programas da atenção primária, e que a educação em saúde é uma estratégia de prevenção e promoção que funciona e que deve ser fortalecida pelos profissionais de saúde.