Anais - 23° CBCENF
Resumo
Título:
ANÁLISE DO PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E CLÍNICO DOS PACIENTES HANSÊNICOS COM DOR NOCICEPTIVA E NEUROPÁTICA
Relatoria:
BEATRIZ ALMEIDA SANTOS
Autores:
- Ana Beatriz Da Silva Oliveira
- Ariel Oliveira Celestino
- Alexrangel Henrique Cruz Santos
- Amanda Francielle Franco
- Thayane Santos Siqueira
- Mariana do Rosário Souza
- José Rodrigo Santos Silva
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
POLÍTICAS PÚBLICAS, EDUCAÇÃO E GESTÃO
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
O Brasil é um dos países que não conseguiram erradicar a hanseníase enquanto problema de saúde pública, mesmo após ter firmado diversos compromissos com órgãos internacionais. Dados reforçam que frequência da dor em pacientes com hanseníase é alta, podendo chegar a mais de 70% dessa população. A dor nociceptiva está presente em aproximadamente 10% dos indivíduos e a dor neuropática pode afetar mais da metade dessa população. Tendo em vista a alta frequência da dor crônica em pacientes com hanseníase, esse trabalho teve como objetivo analisar o perfil socieodemográfico e clínico dos pacientes hansênicos com dor nociceptiva e neuropática. Para tal, foi realizado um estudo observacional transversal, realizado em dois centros de atenção à hanseníase do estado de Sergipe: Unidade de Tratamento de Hanseníase do Hospital Universitário da Universidade de Sergipe (HU-UFS) e Centro de Especialidades Médicas. Aracaju (CEMAR), no período de fevereiro a junho de 2019. O tamanho da amostra foi calculado considerando a média de pessoas com hanseníase atendidas mensalmente no CEMAR e HU-UFS. O tamanho mínimo da amostra resultou em 118 indivíduos, no período de 5 meses. Os prontuários foram analisados para coleta de dados clínicos e assistenciais. A análise exploratória de dados foi feita com cálculo de frequência simples e percentual para variáveis qualitativas e mediana, mínimo e máximo para as variáveis qualitativas. As análises foram feitas no software R, versão 4.1.0. Os resultados demonstraram que o sexo masculino foi o mais afetado pelo dor neuropática e nociceptiva 95 (55,88%) e comparação com as mulheres 75 (44,12%), a renda da maioria era corresponde a um salário mínimo 84 (49,41%). Em relação à escolaridade 85 (50%) possuíam ensino fundamental completo e incompleto e eram pardos 91 (53,53%). A maioria tinha classificação operacional multibacilar 142 (83,53%), com as formas clínicas Dimorfa 31 (29,81%) e Vichowiana 52 (50%). O grau de incapacidade física 2 foi o mais prevalente nos pacientes hansênicos com dor 99 (58,24%). A idade apresentou uma variação entre os pacientes 45 (18,5%) para dor neuropática e 54 (17%) para dor nociceptiva. Em relação ao tratamento 92 (54,12) realizavam algum tipo de tratamento. Nota- se que a dor acometeu pacientes que apresentam baixa escolaridade e renda, além disso, as formas responsáveis pela transmissão da doença foram as mais prevalentes nesses pacientes, refletindo um alto grau de vulnerabilidade social.