O ensino superior para povos de outras etnias sempre foi visto como algo irrelevante dentro das esferas educacionais. Quando se analisa dados de acesso ao Ensino Superior no Brasil observa-se uma disparidade histórica na introdução de negros, indígenas, pobres e oriundos de escola pública. Dessa forma, resultado de muitas mobilizações sociais, foram instituídas políticas de ação afirmativa com o intuito de reparar a histórica exclusão dessa parcela da sociedade. Como resultado dessas políticas, os programas de inclusão criados na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) dão origem a importantes avanços no que se refere ao acesso à educação superior. Dentre eles estão o Programa de Inclusão Indígena (PROIND) e o Programa de Inclusão de Estudantes Quilombolas (PROINQ). Frente a isso, o objetivo deste resumo é descrever a experiência da monitoria com estudantes beneficiárias do PROIND e PROINQ da Faculdade de Enfermagem. Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência vivenciado por acadêmicas de Enfermagem que atuam como monitoras no PROIND e PROINQ ofertado pela Pró-Reitoria de Assistência Estudantil da UFMT. A monitoria iniciou em maio de 2021, terá a duração de dois semestres letivos e atende três alunas de diferentes períodos do curso (quarto, quinto e sexto semestre), duas indígenas e uma quilombola. Cada uma delas é acompanhada por uma monitora, totalizando 3 duplas de trabalho. Nos encontros realizados semanalmente com as monitoras, as estudantes assistidas expressam suas dificuldades e dúvidas. Cada dupla possui seu modo singular de trabalhar, utilizando vídeo chamadas, mensagens de texto e áudio, gravação de vídeo, exercícios, slides, materiais de apoio, etc. Além disso, são realizadas anotações em um “diário de monitoria”, contendo o que foi desenvolvido ao final de cada encontro. Quinzenalmente, ocorre uma reunião entre monitora, estudante e professora supervisora para um feedback do andamento das atividades e o aperfeiçoamento das estratégias utilizadas. Ao final de cada mês é feito uma reunião ampliada com todos os membros para troca de experiências e avaliação das estratégias. Os dois programas de apoio à inclusão aqui apresentados têm impactado de forma positiva no processo de aprendizagem, na compreensão teórico-prática e contribuído com o desenvolvimento das competências acadêmicas tanto das estudantes que recebem a monitoria quanto das monitoras.