O envelhecimento humano é um processo natural, progressivo e irreversível, que ocasiona desgastes fisiológicos e afeta o sistema biopsicossocial. O serviço de saúde primordial na integralização do cuidado ao idoso é a Estratégia de Saúde da Família (ESF), a qual está voltada às ações educativas e de acesso à saúde dos indivíduos em consonância com o território adscrito. Os profissionais da ESF têm uma grande responsabilidade com a promoção e recuperação da saúde da população idosa. Como uma das formas de manutenção da atenção ao idoso na ESF é a organização de grupos de convivência envolvendo os profissionais de saúde junto à comunidade. Sendo assim, objetiva-se com esse trabalho identificar a percepção dos idosos que frequentam grupos de convivência no que tange ao envelhecimento. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória, realizada em dois grupos de convivência de idosos inseridos em duas unidades de saúde da família, cada uma contendo 4 equipes, localizadas no município de João Pessoa-PB. Participaram do estudo 72 idosos cadastrados nas referidas unidades e participantes destes grupos. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário estruturado para caracterização da amostra e entrevistas grupais, com duração média de 120 minutos cada. Para análise dos dados sociodemográficos, utilizou-se o software SPSS Statistics. Quanto às entrevistas, estas formaram o corpus e foram processadas pelo Software IRAMUTEQ. Os resultados obtidos denotaram que as atividades desenvolvidas pelos grupos de convivência melhoram a qualidade de vida dos idosos no que tange à saúde física e mental, aumentando o período de vida ativa e prevenindo perdas funcionais. Ademais, revelou que o espaço de convivência é considerado como proposta de trabalho humanizado, visto que os grupos de idosos funcionam como alternativa para minimizar os efeitos do envelhecimento, ofertando viagens, atividades de lazer, construção de amizades e exercícios físicos, induzindo a continuidade da participação no grupo, além de estimular outros idosos a frequentarem esta ação. Por fim, através de seus apontamentos, foi possível perceber a importância de os idosos participarem de momentos propiciados pelos grupos de convivência, possibilitando integrar-se a uma rede social e ressignificarem a última etapa da vida como algo a ser bem vivido.