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Anais - 23° CBCENF

Resumo

Título:
UM ANO E MEIO DE RESISTÊNCIA: PROTAGONISMO DE UMA ENFERMEIRA NO COMBATE A COVID-19
Relatoria:
Ana Cândida Martins Bálsamo
Autores:
  • Iria ramos Oliveira
  • Marina Soares Mota
  • Camila Trindade Coelho
  • Michele Mandagará de Oliveira
  • Mirian Quênia Costa da Rosa
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
ÉTICA, LEGISLAÇÃO E TRABALHO
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
No final de 2019, a notícia de um novo vírus em plena expansão pelo mundo exigiu sistemáticas transformações nas ações diárias da sociedade, em especial aos estabelecimentos de saúde. Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência de uma enfermeira na linha de frente, destacando sua experiência profissional e percepções no enfrentamento a pandemia de COVID-19 em um hospital no interior do Rio Grande do Sul. Com o anúncio dos primeiros casos no Brasil, os estabelecimentos de saúde realizaram capacitações com objetivo de adaptar os profissionais à nova rotina rígida de trabalho, como Enfermeira na linha de frente, participei de diversos grupos de capacitação para a organização da ala covid. Durante esse período, os profissionais permaneceram em um hotel do município no qual estive por 18 dias até a primeira testagem negativa para covid, ficando longe do meu filho de 6 anos. Em março de 2020, as equipes de isolamento assistiram os primeiros pacientes contaminados, nesse período também tiveram profissionais com comorbidades afastados, férias canceladas e constantes ajustes nas escalas de trabalho. Três meses depois, os leitos apresentavam ocupação de 100%, a pandemia se potencializou com o inverno, as enfermarias ficaram geladas com temperaturas abaixo de 5ºC, para reduzir a circulação do vírus o ambiente das enfermarias precisava permanecer arejado, com as abertas independente da temperatura. Além disso, o banho de descontaminação ao final do plantão impactou ainda mais a saúde mental dos profissionais neste período de frio intenso, algumas vezes o banho foi motivo de alívio pelo fim do plantão, outras vezes o banho foi acompanhado por choro, desconforto, tristeza e dor. Após um ano de resistência na linha de frente contra a COVID-19, a imunização chegou aos profissionais da saúde e mesmo avançando a passos lentos, preencheu nosso cotidiano de esperança. Mas agora, a sobrecarga emocional e física é acompanhada pela indignação pela falta de cuidados da população contra o vírus. A Enfermagem é linha de frente em todos os níveis de atenção à saúde, imprescindível no combate a COVID-19. Recebemos vários agradecimentos, mas a valorização vai para além das palmas, necessitamos de um salário digno, com um piso salarial, além da implementação de jornada fixa de 30 horas semanais. A Enfermagem espera por respeito, compreensão e inclusão nas políticas públicas para categoria que luta diariamente no cenário da saúde e na vida da população brasileira.