Anais - 23° CBCENF
Resumo
Título:
EXPERIÊNCIA DO CUIDADOR FAMILIAR DO PACIENTE TRAQUEOSTOMIZADO
Relatoria:
Ágatha Cappella Dias
Autores:
- Monique Brito Pitzer
- Paula Vanessa Peclat Flores
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
TECNOLOGIA, PESQUISA, CUIDADO E CIDADANIA
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A traqueostomia é um procedimento que traz mudanças na imagem corporal, no processo de respiração e na alimentação do paciente. Dessa forma os pacientes acabam por precisar de auxílio para realizar suas atividades de vida diária e quem assume os cuidados no domicílio é o cuidador familiar. Objetivos: Conhecer a experiência do cuidador familiar frente ao paciente traqueostomizado. Metodologia: Trata-se de pesquisa qualitativa, descritiva, aprovada no CEP com CAAE: 39904420.7.0000.5243. Os participantes da pesquisa foram seis cuidadores familiares de pacientes com traqueostomia, recrutados por conveniência em um ambulatório de cabeça e pescoço de um Hospital Federal do Rio de Janeiro nos meses de Maio a Julho de 2021. Foi realizada entrevista semiestruturada, coletou-se dados sociodemográficos e a seguinte pergunta aberta: “Quais foram as principais dificuldades no cuidado com a traqueostomia no domicílio?”. Utilizou-se um gravador de voz para registrar os dados, que foram transcritos e analisados através de categorias de análise, conforme preconizado por Bardin, dando aos sujeitos codinomes de flores. Resultados: Os cuidadores são mulheres, entre 38 e 75 anos, em sua maioria cônjuge, que relataram sentimentos de medo e desespero na transição do hospital para o domicílio. Situações de emergência como a saída acidental da cânula e sangramento foram citados como momentos difíceis e de preocupação, assim como a dificuldade no manejo da endocânula no período pós-alta. Em contrapartida, a limpeza da endocânula foi apontado como fácil manuseio. Na entrevista observou-se a tensão do papel do cuidado através do relato de cansaço do familiar, por ser o cuidador principal e assumir todos os cuidados ao paciente traqueostomizado. Conclusão: Os cuidadores familiares vivenciaram momentos de dúvidas, preocupação, medo e desespero, principalmente no início ao assumirem os cuidados no domicílio. O profissional de enfermagem, devido à sua função de monitoramento e avaliação contínuas no perioperatório, tem a responsabilidade de transmitir informações sobre o procedimento cirúrgico e cuidados pós-alta. Percebe-se a necessidade de maior preparo na transição do hospital para a casa, de modo a melhorar a experiência dos cuidadores e dos pacientes, como também preparo psicológico para o cuidador familiar lidar com as novas mudanças na sua vida.