Introdução: Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), todas as formas de maus-tratos emocionais e/ou físicos, que resultem em danos à saúde das crianças, caracteriza-se como violência infantil. Durante a pandemia do novo coronavírus, o distanciamento social aumentou a vulnerabilidade de crianças e adolescentes a essas situações. Nesse contexto, o Amapá vem apresentando altas taxas de violência contra crianças e adolescentes. Objetivo: Analisar as notificações de violência contra crianças e adolescentes no Brasil, fazendo um comparativo dos anos de 2015 a 2020, com as medidas de distanciamento social. Métodos: Estudo transversal quantitativo com coleta de dados na base do Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN) e no painel de dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) disponibilizado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Resultados: O estado do Amapá apresentou um aumento nas notificações de casos de violência contra crianças e adolescentes entre os anos de 2015 a 2020, com destaque para 2020, ano em que foram implementadas medidas de isolamento social. No ano de 2015 foram registradas 161 notificações de violência contra crianças e adolescentes, sendo 37 para 10 a 14 anos e 84 para 15 a 19 anos e o restante faixas etárias menor de 10 anos. Em 2016 houve 238 notificações, sendo 70 casos para 10 a 14 anos e 111 para 15 a 19 anos. Em 2017 foram 274 notificações, sendo 85 para 10 a 14 anos e 111 para 15 a 19 anos. O ano de 2018 reuniu 350 casos, sendo 97 para 10 a 14 e 177 para 15 a 19 anos. Em 2019 houve 438 notificações, sendo 133 para 10 a 14 anos e 184 para 15 a 19 anos. No ano de 2020, foram registradas 583 violações a esse público, sendo 222 para 10 a 14 anos e 214 para 15 a 19 anos. Conclusão: Ao analisar os dados, percebeu-se um aumento das notificações de casos de violência contra crianças e adolescentes, principalmente entre as faixas etárias de 10 a 19 anos, tendo destaque o ano de 2019 com um crescimento de 25% em relação ao ano anterior. No ano de 2020, é provável que o convívio familiar em momentos pandêmicos tenha influenciado no aumento desses casos devido a maior exposição a comportamentos violentos de seus cuidadores.