A adolescência é o período de transição compreendido entre a infância e a vida adulta do ser humano, sendo considerada a faixa etária de 10 a 19 anos de idade, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Entre os fatores que contribuem para a gravidez estão a desinformação dos métodos contraceptivos, o baixo nível socioeconômico, a antecipação da menarca de 13 anos para 11 anos e a iniciação sexual precoce. Estudo ecológico descritivo utilizando dados secundários referentes à proporção de nascidos vivos de mães adolescentes, de 15 a 19 anos de idade, de Vitória da Conquista, de 2010 a 2016, disponíveis no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), disposto no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram analisadas variáveis assistenciais e sociais. Verificou-se o total de 37.609 nascidos vivos e, destes, 6.311 foram de mães contando entre 15 a 19 anos, apresentando uma proporção de filhos de adolescentes (PFA) de 16,78%. Apenas 54% das mães estudadas estiveram dentro dos limites etários estabelecidos pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC): para a escolaridade de 2º grau, que corresponde de 9 a 11 anos de estudo, devem estar os adolescentes de 15 a 19 anos de idade. A maioria das gestações foi a termo de 37 a 41 semanas e com parto vaginal. Apenas 43,9% das mães entre 15 a 19 anos realizaram de 4 a 6 consultas pré-natal. Os resultados apontaram uma alta proporção de nascidos vivos de mães adolescentes, caracterizando um problema de saúde pública. Observa-se pontos críticos neste município tanto na prevenção da gravidez, já que o índice de proporção de filhos de adolescentes é de 16 a cada 100 nascimentos, quanto no decorrer dela, com a baixa adesão ao pré-natal. O trabalho de educação em saúde para adolescentes ainda é um tópico pouco explorado nas unidades de saúde, pois os jovens dessa idade dificilmente procuram tal serviço, salvo em situações pontuais, como vacinas e curativos. Logo, o Programa Saúde na Escola é um dos elos importantes nesse contexto, devendo fazer essa ponte de aproximação entre os jovens e o serviço de saúde, levando conhecimento e esclarecendo dúvidas em relação ao desenvolvimento na puberdade, iniciação da vida sexual, uso de preservativos e informações sobre doenças sexualmente transmissíveis. Em relação à saúde do recém-nascido, observou-se uma proporção de complicações dentro das taxas usuais de países em desenvolvimento.