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Anais - 23° CBCENF

Resumo

Título:
POPULAÇÃO NEGRA E HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: FAZ DIFERENÇA SER QUILOMBOLA?
Relatoria:
JOELMARA FURTADO DOS SANTOS PEREIRA
Autores:
  • Ana Helia de Lima Sardinha
  • Rafaela Duailibe Soares
  • Francisca Bruna Arruda Aragão
  • Marcos Ronald Mota Cavalcante
  • Suelen Pacheco Chaves
  • Wildilene Leite Carvalho
  • Laurenne Milhomen Sousa
  • Dannylo Ferreira Fontenele
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
POLÍTICAS PÚBLICAS, EDUCAÇÃO E GESTÃO
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: O processo de desigualdades e iniquidades vivenciado pelos quilombolas, as condições higiênico-sanitárias insalubres, a escravidão disfarçada, desumana e inaceitável têm ocasionado impactos que condicionaram seus indicadores bioantropológicos de saúde. As Comunidades Remanescentes Quilombolas são grupos étnicos, minoritários dentro da população negra, que podem apresentar acesso deficitário aos serviços de saúde. É nesse contexto que a hipertensão arterial aparece como uma das doenças crônicas mais prevalentes nesse grupo. Objetivo: Analisar os fatores de risco para a hipertensão arterial na população quilombola. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo-analítico, realizado em Santana dos Pretos, comunidade remanescente quilombola localizada no município de Pinheiro, Maranhão, Nordeste brasileiro, no período de julho a novembro de 2018. Utilizou-se instrumentos adaptados a Pesquisa Nacional de Saúde e ao Inquérito da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas, aplicados aos quilombolas com >= 18 anos. Os dados foram avaliados pelo programa IBM SPSS Statistics 20, utilizando-se o teste Qui-quadrado de independência (?2) e o teste paramétrico T de student independente para análise das variáveis classificatórias e numéricas, respectivamente, adotando-se a significância de 5% (p <= 0,05). Resultados: Participaram 177 quilombolas, dos quais 55,9% eram mulheres. A idade média da população foi de 43,89 anos (DP=17,82). A prevalência de hipertensão arterial foi de 22,2% (IC95%: 16,1-28,3%), e sua frequência aumentou conforme a idade (< 0,001), em lavradores (0,001)e em indivíduos com baixa escolaridade (0,001).Os fatores de risco que apresentaram associação a hipertensão arterial após modelo ajustado: idade (>=60 anos; IC 95%: 1,11 - 7,90; p <0,030), IMC- obesidade (IC 95%: 1,33 - 7,85; p<0,001), circunferência de cintura muito aumentada (IC 95%: 2,47 - 34,54; p<0,010), inatividade física (IC 95%: 1,04 - 10,87; p<0,043), e o consumo irregular de verduras (IC 95%:04 - 6,87; p<0,041).Conclusão: Os fatores de risco para a hipertensão arterial mostraram-se significativos na população estudada. Os resultados apontam para um diagnóstico situacional que servirá de base para a inserção de políticas intersetoriais e ações de saúde mais equitativas e culturalmente ajustadas, fornecendo informações importantes para o pensar, agir e o monitorar das ações e programas de saúde voltados para as comunidades quilombolas.