A violência é um problema complexo que ameaça à integridade e a vida de suas vítimas, pode ser desencadeado por diversos fatores e afetar não somente a vítima, mas seus familiares e também a sociedade a qual pertence. Tem se apresentado como um problema de saúde pública evidenciado através de indicadores, resultando em impactos sociais e econômicos. Quando a violência ocorre dentro do cenário doméstico é caracterizada como violência domiciliar e dentro o grupo dos mais vulneráveis estão as crianças e os adolescentes. Este é um estudo oriundo de um trabalho monográfico cujo objetivo foi descrever o conhecimento e as atitudes dos Agentes Comunitário de Saúde (ACS) de Estratégias de Saúde (ESF) frente a violência doméstica praticada contra a criança e o adolescente. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, desenvolvido com 14 ACS que pertencem a 5 ESF do Município de Diamantino-MT, em outubro de 2015. O projeto foi aprovado pelo CEP UNEMAT, parecer n.º 1.284.199 e atendeu aos aspectos éticos de pesquisas envolvendo seres humanos. Para coleta de dados utilizou-se de entrevista com um questionário semiestruturado e os depoimentos foram gravados em mídia eletrônica, posteriormente transcritos na íntegra e submetido a análise de conteúdo. Os resultados resultaram nas categorias: 1. Compreensão da violência, em que os ACS compreendem e são capazes de identificar a violência física e verbal; 2. Experiência frente à violência doméstica contra a criança e ao adolescente, apenas três participantes afirmam ter tido contato com esta problemática em sua rotina de trabalho na comunidade e os atos violentos foram praticados por familiares das vítimas; 3. Atitudes dos ACS diante de casos de violência doméstica consistiram em diálogo com as famílias, comunicação ao setor de Assistência social, Conselho Tutelar e Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF). Conclui-se que os ACS precisam receber informações, através de capacitação ou educação permanente sobre as dimensões da Linha de Cuidado Integral à criança e adolescentes vítimas da violência, bem como a mobilização para construção de uma rede de atenção estruturada e articulada para a proteção das vítimas e orientação familiar, pois é inexistente o enfretamento deste agravo de modo setorial e intersetorial no município.