Introdução: No Brasil, a maior parte ativa no mercado de trabalho é a população masculina. Apesar disso, poucos são os projetos que trabalham a saúde desses homens, o que pode ser justificado pelo papel deste na sociedade, com a visão de uma figura de força, masculinidade e invulnerabilidade. Esse pensamento, juntamente com as ações em saúde serem voltadas na maioria para a área materno-infantil, fazem com que distancie os homens do sistema único de saúde (SUS). Objetivo: Caracterizar os homens de acordo com os padrões socioculturais e risco para o desenvolvimento de doenças cardíacas. Métodos: Foram realizadas campanhas de educação em saúde em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Bandeirantes, falando das principais doenças que acometem os homens e mostrando as formas de prevenção e intervenção. Foi aplicado um questionário semi-estruturado (aprovado comitê de ética da USP com CAE: 19156413.9.0000.5403), realizado exames físicos, antropométricos e coleta de sangue para mensurar o risco cardiovascular. Os dados foram analisados em Excel para análise descritiva dos dados. Resultados: Participaram do projeto 311 homens com idade média de 54 anos (18 a 87 anos). Destes 66 (21,15%) estavam hiperglicêmicos, 146 (46,95%) estavam hipertensos e 137 (43,91%) apresentavam aumento na circunferência abdominal. Quando foi verificado o risco cardíaco pelo Score de Framingham verificou-se que 61 (19,55%) estavam com alto risco, e 60 (19,23%) com risco intermediário. Considerações Finais: Após a verificação das condições de saúde, todos os homens que apresentaram alterações foram orientados, encaminhados aos médicos das UBS para confirmação diagnóstica e tratamento. Ressalta-se a importância das ações de extensão, pesquisa e ensino no envolvimento da comunidade acadêmica com a população em geral, para ampliar os saberes científicos e o acesso dos homens aos serviços de saúde.