Introdução: A assistência de enfermagem ao trabalho de parto, requer o estabelecimento de vínculo e confiança para que a parturiente sinta-se acolhida, segura e confortável. A relação de confiança entre enfermeira e paciente pode ser alcançada por meio do diálogo e da escuta. No entanto, podem surgir situações em que o profissional enfrentará dificuldades para estabelecer o diálogo e a escuta, como no caso das mulheres surdas. Um estudo realizado no em Minas Gerais, apresentou como resultados a insatisfação de mulheres surdas com a assistência de enfermagem no pré-natal, parto e puerpério. Dentre as dificuldades, a comunicação foi a principal delas. O desconhecimento dos profissionais sobre LIBRAS, a ausência de interprete, a rapidez na fala dos profissionais e o uso de máscaras são as principais barreiras que dificultam a comunicação. Objetivo: Descrever a experiência de uma acadêmica de enfermagem na assistência ao trabalho de parto a pacientes surdas em um hospital da cidade de Guarapuava. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência. Resultados: Durante o período de estágio supervisionado, no Centro Obstétrico de um hospital, houve a oportunidade de acompanhar o parto de duas mulheres com deficiência auditiva. No primeiro caso, o médico obstetra optou por realizar uma cesariana, devido à dificuldade do mesmo e da equipe na comunicação com a gestante, fator que segundo ele poderia dificultar o trabalho de parto por não conseguir transmitir informações a paciente. No segundo caso, o obstetra optou por dar seguimento ao trabalho de parto, porém, assim como no caso anterior, a equipe não estava apta para comunicar-se em LIBRAS e encontrou dificuldade para prestar a assistência. Como estagiária e com o intuito de promover boas práticas durante o trabalho de parto, utilizei a presença do marido como ferramenta para auxiliar na comunicação, explicando de forma simplificada as fases do trabalho de parto, implementando métodos não farmacológicos de alívio da dor e oferendo suporte emocional até o nascimento do bebê. Conclusão: A comunicação é uma das principais ferramentas da enfermagem para uma assistência humanizada e integral ao paciente, porém quando nos deparamos com dificuldades na comunicação o cuidado ao paciente é prejudicado. Destaca-se a importância e a necessidade de toda a equipe preparar-se para o atendimento de mulheres surdas, pois estamos diante de um momento especial para a mulher que requer o olhar inclusivo da assistência de enfermagem.