É possível identificar fatores estressores entre universitários da área da saúde, como carga horária considerada excessiva, comprometendo seu bem-estar físico, mental e social. Este estudo teve por objetivos medir prevalência de Transtornos Mentais Comuns (TMC) entre estudantes dos cursos de Enfermagem e Medicina de uma instituição de ensino superior (ies), e descrever os padrões de uso de Álcool e Outras Drogas entre os mesmos. Trata-se de estudo descritivo, realizado com 34 estudantes da área da saúde de uma ies pública do interior do estado da Bahia, a partir da aplicação de questionário estruturado, incluindo escalas de rastreamento do TMC e do envolvimento com drogas, através da plataforma online “GOOGLE forms”. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP/UESC), sob parecer de n 3.088.329, 12/2018. Dos participantes, 27 estudantes do curso de Enfermagem e 7 do curso de Medicina. A maioria era do sexo feminino (85,3%), faixa etária de 21 a 25 anos (38,2%), sem filhos (91,2%), solteiros (85,3%), sendo que 35,3% deles se autodeclaravam pretos. Mais da metade declarou residir com os pais (52,9%). Quanto ao perfil acadêmico, 80,0% deles faziam uso do transporte coletivo para ir à universidade, 68,6% permanecem mais de 7 horas por dia na universidade, 97,1% sentiam medo de errar, 74,3% sentiam-se pressionados para concluir o curso e 85,7% referiram-se pressionados pelo peso da atividade que exercerá no futuro. A carga horária dos cursos foi considerada exaustiva por 54,3% estudantes e 97,0% deles referiram a faculdade como espaço de estresse.Sobre os padrões de sono, 51,4% dormiam menos que 6 horas por dia e 31,4% referiram sono irregular. A prevalência de TMC foi de 64,7%. As queixas mais frequentes entre os estudantes foram: “Cansar-se com facilidade” (82,4%); “Sentir-se cansado(a) o tempo todo” (79,5%) e “Sentir-se nervoso(a), tenso(a) ou preocupado(a)” (76,5%). Quanto ao uso de substâncias psicoativas, 29,4% fizeram uso de álcool, 26,5% de tabaco e 23,5% de medicamentos psicotrópicos. Conclui-se pela constatação de alta prevalência de TMC entre os estudantes que podem estar relacionadas às situações acadêmicas, consideradas estressores,dentre outros,carga horária dos cursos e o controle frente às demandas. Os padrões de uso de drogas lícitas levantados também implicam riscos à saúde dos universitários investigados, e sugere a necessidade de intervenções, a fim de prevenir e reduzir possíveis danos causados por esse envolvimento.