O monitoramento da prevalência de infecções hospitalares causadas por microrganismos é uma estratégia fundamental para a prevenção, controle e tratamento, pois o empirismo na escolha de antimicrobianos aumenta as chances de cepas bacterianas desenvolverem multirresistência, levando a um período maior de internação hospitalar, alto custo durante o tratamento e uma piora no prognóstico. Este estudo buscou avaliar o perfil clínico e colonização bacteriana de pacientes hospitalizados em unidade de terapia intensiva. Trata-se de uma pesquisa de campo, prospectiva, experimental e documental, com abordagem quantitativa, realizada por meio de coleta em prontuários de pacientes admitidos na unidade de terapia intensiva adulto entre abril e agosto de 2018, e análise microbiológica de secreção nasal e oral. Constituiu-se por amostra parcial de 39 pacientes e prevaleceu o sexo feminino (61,5%), com idade superior a 70 anos (35,5%). O tempo de internação foi de 11 a 15 dias (28,2%), predominando o internamento clínico (71,8%). O choque séptico representou 30,7% das hospitalizações, houve o emprego da ventilação mecânica em 79,5% dos casos, a hipertensão arterial sistêmica esteve presente em 33,3%. A Hemocultura intra-hospitalar apresentou o isolamento de Staphylococcus aureus (12,8%) e Ceftriaxona foi prescrito em 18,1% dos casos. Culturas determinaram a predominância de cepas multirresistentes em cavidade oral de Klebsiella pneumoniae (15,4%) e em cavidade nasal, Staphylococcus aureus (23,1%). Constatou-se que 17% apresentavam leucocitose. Quanto ao desfecho clínico, 56,4% tiveram alta e 43,5%, óbito. No contexto atual, é sabido que a identificação do agente agressor no ato da internação implicaria de forma direta no andamento do prognóstico destes pacientes, uma vez que, se identificadas as cepas bacterianas que desencadeiam o quadro inflamatório, bem como se fossem feitas análises de antibiogramas, a aplicação da antibioticoterapia obteria êxito, diminuindo o empirismo na escolha, além de proporcionar o uso racional de antimicrobianos. Dessa maneira, a presente pesquisa contribuirá como embasamento teórico e científico para o desenvolvimento de protocolos e políticas de ação na área da saúde, visando a diminuição de taxas de morbimortalidade, sendo que estudos realizados em regiões distintas diferem da prática clínica vivenciada na região de estudo.