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Anais - 22º CBCENF

Resumo

Título:
SENTIMENTOS DE MULHERES MEDIANTE AO ÓBITO FETAL
Relatoria:
PATRÍCIA SILVA XAVIER
Autores:
  • Quessia Paz Rodrigues
  • Carlúcia Nascimento Dias
  • Márcia Fernandes Silva
  • Aldacy Gonçalves Ribeiro
  • Aline Brandão Lima
  • Manoela Lima Maciel
  • Eliede Moreira dos Santos
Modalidade:
Pôster
Área:
Tecnologias, Pesquisa, Cuidado e Cidadania
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
INTRODUÇÃO: Gestantes, geralmente, apresentam expectativas e medos relacionados ao nascimento do bebê. Mediante diagnóstico de óbito fetal, sentimentos como frustração e negação podem acometer mãe e familiares. Assim, cabe aos profissionais de saúde fornecer suporte emocional às mulheres para enfrentar esse momento. Contudo, nem sempre a equipe de saúde encontra-se preparada para lidar com o sofrimento e os sentimentos presentes. OBJETIVO: Relatar o cuidado prestado à mulher diante do óbito fetal. MÉTODO: Trata-se de um relato de experiência sobre o cuidado de uma enfermeira obstetra mediante o diagnóstico de óbito fetal. Esta vivência ocorreu numa maternidade pública em Salvador. RESULTADO: A gestante era acompanhada pelo pré-natal de alto risco, estava com 36 semanas de gestação e com diagnóstico de Hipertensão Específica da Gestação. Foi internada com relato de diminuição dos movimentos fetais há mais de 6 horas, cefaléia intensa e dores em baixo ventre. A enfermeira a admitiu no pré-parto e notou o semblante frágil e angustiante da mulher. Como foi difícil comunicar o diagnóstico de óbito fetal. O prontuário revelava uma história sofrida com muitas tentativas e expectativas que foram frustradas também anteriormente, e essa já tão perto da reta final. A enfermeira teve todo o cuidado em explicá-la as condutas que seriam tomadas a partir daquele momento e o único questionamento daquela mulher foi: Vou poder ver minha bebê? Posso pegar ela no colo? Sem saber muito o que dizer, a enfermeira respondeu que sim. Às horas foram passando, a indução evoluindo e de repente a enfermeira foi surpreendida em meio às lágrimas com o pedido da mãe para fazer uma prece e cantar uma música. A enfermeira prontamente respondeu que sim. A bebê assim que nasceu foi embalada em seus braços, colocada sobre seus seios que tremiam de tanto choro. Um silêncio profundo penetrou aquele ambiente e todos os presentes ouviram uma ave-maria e uma canção de ninar. A enfermeira podia sentir um amor tão transcendental e de entrega que se permitiu chorar e rezar junto com ela. Sentimentos de respeito e reverência inundaram aquela enfermeira que teve esse episódio marcado para sempre em sua vida. CONCLUSÃO: Além dos cuidados técnicos, a enfermeira se projetou ao lugar da mulher vivenciando a perda de um filho tão esperado e compartilhou de sentimentos e viabilizou para que essa mãe vivenciasse esse luto de maneira humanizada, atendendo as dimensões biopsicossocial da mulher.