Introdução: A hipertensão arterial (HA) é uma morbidade crônica, prevalente em todo o mundo. Seu tratamento é comumente baseado em terapia medicamentosa, com vistas a redução de risco cardiovascular a partir do controle pressórico adequado destas pessoas. No entanto, algumas pessoas que convivem com a doença possuem outras comorbidades, como as do sistema nervoso e que fazem o uso de medicamentos antidepressivos, que é uma realidade frequente na vida da pessoa idosa, considerando a rápida transição epidemiológica que vem ocorrendo ao longo dos anos . Objetivo: Analisar o perfil de antidepressivos em uso por idosos com HA. Método: Trata-se de um estudo descritivo, realizado a partir da consulta de prontuários de idosos com HA. Os dados foram coletados durante o período de fevereiro a junho de 2016, por meio de um roteiro estruturado para reunião de informações referentes ao perfil medicamentoso da população que participou do estudo. Os medicamentos foram classificados a partir do seu princípio ativo, identificado com o auxílio do Dicionário de Especialidades Farmacêuticas (DEF), e posteriormente agrupados seguindo as diretrizes do Anatomical Therapeutic Chemical Classification System. Para este estudo foram utilizados apenas os medicamentos da classe dos antidepressivos. Foi utilizada análise descritiva para tratamento das variáveis. O estudo seguiu todos os preceitos éticos e o projeto foi aprovado pelo comitê permanente de ética em pesquisa com seres humanos sob o parecer de número 1.407.687/2016. Resultado: Foram analisados 260 prontuários, dos quais a maioria era de pessoas do sexo feminino (67,3%), com idade prevalente entre 60 a 69 anos (48,8%), cor branca (64,6%) e com ensino fundamental (62,7%). Quanto as medicações antidepressivas, evidenciou-se nos prontuários analisados que 25,3% dos idosos com HA analisados faziam uso de antidepressivos, dos quais a maioria era Benzodiazepínicos (22,0%), Antidepressivos tricíclicos (17,7%), Inibidores seletivos de recaptação da serotonina (19,1%) e Inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da noradrenalina (7,4%). Conclusão: O estudo apresentou elevado consumo de benzodiazepínicos entre os participantes do estudo, resultado que corrobora com estudos nacionais e internacionais, havendo necessidade de que uso prolongado desta classe medicamentosa seja discutida nos serviço de saúde, junto aos profissionais e à comunidade.