INTRODUÇÃO: O leite materno, por ser um alimento ideal para o crescimento e o desenvolvimento do recém-nascido, é responsável pela redução dos indicadores de morbidade e mortalidade infantil. O processo de amamentação é considerado complexo, dependendo de vários fatores determinantes para que aconteça de forma eficaz. A prematuridade interfere diretamente nesse processo, uma vez que a imaturidade dificulta a coordenação da sucção, deglutição e respiração, exigindo uso de sonda ou copinho para auxiliar na alimentação. Na transição para aleitamento ao seio são utilizadas técnicas, como a translactação, para facilitar a adaptação do recém-nascido, e, portanto, melhor sucção e aumento da produção de leite. O procedimento consiste basicamente na ordenha em um recipiente, usando subsequentemente, uma seringa, conectando-a em uma sonda e, por fim, fixando-a próxima a aréola. Dessa maneira, o recém-nascido é estimulado a sugar a mama, promovendo uma transição alimentar satisfatória. OBJETIVO: Relatar a experiência de acadêmicas de enfermagem na realização da técnica de translactação durante o projeto intitulado “Cuidados de enfermagem na amamentação: desenvolvimento de competências”. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, realizado no período de maio a julho de 2019, em uma maternidade de referência do estado do Piauí. A técnica de translactação foi desenvolvida com as puérperas e acompanhantes, durante atividades práticas do projeto. RESULTADOS: Os recém-nascidos submetidos a translactação eram prematuros, porém com capacidade para deglutição. Apresentavam como principal queixa a sucção deficiente. Somando-se a isso, foi observado a presença de ingurgitamento mamário em algumas mães. Desse modo, além da imaturidade do sistema estomatognático, decorrente da prematuridade, o ingurgitamento foi observado como comprometedor da pega e sucção adequada, uma vez que existe uma maior demanda de força para que a amamentação seja eficaz. CONCLUSÃO: O uso da translactação possibilitou adaptação dos recém-nascidos ao aleitamento materno, ao mesmo tempo que contribuiu para resolução do problema de ingurgitamento. Ademais, antes de utilizar a técnica, o fornecimento do leite era realizado com auxílio de copo, o que possibilitou uma adaptação rápida ao processo de amamentação, pois, assim como é apresentado pela literatura, os movimentos da língua e mandíbula, quando usado o copinho, são semelhantes aos da alimentação ao seio.