INTRODUÇÃO: A sobrecarga da atenção primária, agudização de doenças, falta de adesão dos usuários aos tratamentos e a recorrência de atendimentos é um problema enfrentando em diversos níveis de atenção à saúde do país. No SAMU 192 nota-se um elevado número de atendimentos a pacientes com queixas decorrentes da agudização de doenças crônicas. OBJETIVO: analisar o perfil dos pacientes recorrentes atendidos em um Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192. METODOLOGIA: pesquisa descritivo-exploratória, quantitativa, realizada por meio da análise das fichas de atendimentos do SAMU 192 de um município do estado de São Paulo. Foram analisados todos os atendimentos realizados pelo serviço entre o mês de junho de 2018 a maio de 2019, contabilizando 6557 pacientes. RESULTADOS: Dos pacientes atendidos, 2043 (30,85%) constituíram-se como casos recorrentes. Destes, o sexo feminino correspondeu a 55,06% e, a idade variou entre 0 e 108 anos de idade, (53,57± 24,60). A maioria, 59,17%, foi atendida pela Unidade de Suporte Básico de Vida e, a origem dos atendimentos foi, predominantemente, no domicílio (76,45%). Em relação à natureza do chamado, as principais recorrências são de casos clínicos (72,83%), seguido dos casos psiquiátricos (17,47%). Em relação à sazonalidade, o primeiro semestre de 2019 apresentou os maiores números de atendimento, com pico em janeiro (10,23%) o dia da semana com maior número de atendimentos foi na segunda-feira. As queixas mais comuns foram dispneia, mal-estar geral, convulsão, dor, dor torácica e agitação. CONCLUSÃO: A maioria dos pacientes recorrentes no SAMU 192 apresentaram queixas cínicas e foram atendidos no domicílio. Frente a estes dados, questiona-se a resolutividade destes casos na Rede de Atenção à Saúde local.