Introdução: A proposta ora apresentada versa sobre a continuidade de um projeto de PIBIC que teve início em 2018, sobre a temática Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) amplamente conhecida como uma metodologia de planejamento, organização e execução de ações sistematizadas de cuidado, contudo, em inúmeros serviços de saúde não se observa sua execução integralmente, fragilizando a qualidade da assistência de enfermagem e a autonomia do enfermeiro. Objetivos: Compreender a aplicação da SAE no contexto assistencial de um hospital público de Foz do Iguaçu a fim de identificar obstáculos e dificuldades para sua utilização. Metodologia: Realizou-se um estudo descritivo, exploratório com abordagem quanti-qualitativa delineada por meio de um estudo de caso. A amostra foi composta por 23 enfermeiros de três setores do hospital, que aceitaram participar do estudo e responderam voluntariamente a um questionário semiestruturado. Resultados: Os resultados apontaram que 65% dos participantes era do sexo feminino, 52% tinham entre 6 a 10 anos de formação e 48% desses participantes conheciam todas as etapas da SAE, mesmo quando comparado entre os setores. O setor da UTI é o setor onde mais se realiza a SAE e suas etapas, ainda que não de forma completa. A metodologia de trabalho adotada ainda é o modelo assistencial biomédico, o que fere toda a autonomia e reconhecimento do profissional enfermeiro, assim como toda a legislação. De forma geral a maioria dos participantes reconhecia os benefícios e vantagens da SAE, porém não utilizavam, e o motivo mais citados por todos os setores, é a falta de tempo e excesso de trabalho. Conclusão: O estudo permitiu identificar que a assistência prestada ainda está intimamente atrelada ao modelo biomédico em detrimento da utilização de uma metodologia própria do campo de conhecimento da Enfermagem. É necessário que se mude essa cultura enraizada onde somente o médico é o detentor do conhecimento, e a visão que se tem do profissional enfermeiro, essa mudança somente poderá ser efetiva quando se começar a pensar mais criticamente sobre a SAE e sua importância no serviço do enfermeiro.