Os problemas associados à segurança cirúrgica são bem conhecidos nos países desenvolvidos, porém menos estudados nos países em desenvolvimento. O objetivo do estudo é avaliar a cultura de segurança no Centro Cirúrgico de um hospital público de ensino, sob o ponto de vista da equipe multidisciplinar. Trata-se de pesquisa descritiva, transversal, com abordagem quantitativa dos dados. O estudo foi realizado no Centro Cirúrgico de um hospital público de ensino localizado na região oeste do Paraná. A coleta de dados foi realizada por meio do Questionário de Atitudes de Segurança/Centro Cirúrgico - SAQ/CC. As questões contidas no instrumento de coleta de dados foram ordenadas em seis domínios e seis fatores. Para se obter os escores finais foram somadas as respostas das questões e os valores foram divididos pelo número de questões de cada domínio/fator. Foram consideradas atitudes positivas de segurança as que obtiveram escores ? 75 na escala. Os dados coletados foram inseridos no programa estatístico do software Microsoft® Office Excel versão 16.12. O estudo teve aprovação do comitê de ética em pesquisa da UNIOESTE. Com relação à caracterização da equipe multidisciplinar que atuavam no Centro Cirúrgico em estudo (n=36; 100%) a maioria dos profissionais era do sexo feminino (n= 20; 55,6%); tinha entre 31 e 40 anos (n=11; 30,6%); se auto denominava de cor branca (n=29; 80,6%); atuava no setor entre 11 e 20 anos (n=12; 33,3%); trabalhava por meio de regime de contratado (n=18; 50%); em período parcial (n=17; 42,2%), sendo que os instrumentadores/circulantes de sala (n=9; 25%) e os funcionários da equipe de apoio foram os profissionais que mais aderiram à pesquisa (n=9; 25%). Com relação à qualidade da comunicação e da colaboração vivenciada com os demais profissionais da equipe multidisciplinar na rotina de trabalho, apenas os instrumentadores/circulantes de sala e os auxiliares de anestesiologista obtiveram escores positivos nesse quesito. A média dos escores dos domínios/fatores do SAC-CC variou entre 34,2 e 82,6. A cultura de segurança expressa pela equipe multidisciplinar que atuava no CC foi calculada em 63,6, indicando fragilidade nas dimensões de cultura de segurança institucional. Reconhecer tais fragilidades possibilita o planejamento de estratégias para otimizar a segurança no trabalho, favorecendo tanto profissionais como pacientes. Mais estudos são necessários com o intuito de explorar novos cenários e propor alternativas de mudança.