O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica e envolve aspectos físicos, psicológicos e comportamentais.(Brasil,2012) Nesse contexto, a abordagem ao tabagista, combina intervenções cognitivas com treinamento de habilidades comportamentais, sendo a medicação utilizada para minimizar os sintomas da síndrome de abstinência. O objetivo deste trabalho é relatar o uso das estratégias baseadas na abordagem cognitiva comportamental, como um instrumento potencializador, no processo de cessação do tabagismo em uma unidade de saúde no período de 2018 a 2019. Trata-se de um relato de experiência acerca do tratamento do tabagismo realizado numa Unidade de Saúde (US) em Vitória-ES no período de janeiro de 2018 a agosto de 2019. Os dados foram levantados através dos relatórios dos atendimentos aos Grupos de Apoio Terapêutico ao Tabagista (GATT’s) Os sujeitos que desejam parar de fumar são encaminhados para avaliação clínica realizada pelo enfermeiro. Após, são encaminhados para o GATT com 4 encontros semanais, com enfoque psicossocial; utilizando a abordagem cognitiva-comportamental, além de atividades; acompanhamento, avaliação multiprofissional personalizado com o apoio medicamentoso, caso necessário. Tivemos 52 (n:100%) atendimentos clínicos, destes, 40 (n: 77%) participaram da primeira sessão e apenas 19 seguiram até a quarta sessão sendo este o ultimo encontro (n: 36%). Do total de 19 (100%) participantes que chegaram ao fim dos encontros, 05 (26,31%) conseguiram cessar o tabagismo apenas com o apoio multiprofissional, outros 10 ( 52,63%) com apoio associado ao adesivo, e 4 (21,05%) fizeram uso da bupropiona, como apoio medicamentoso. Embora haja um cenário de desistência e/ou recaídas ao longo do período (64%), identificou-se que, entre os que persistiram nos GATT's (36%), houve considerável sucesso na abordagem deste método de enfrentamento ao tabagismo. As estratégias psicossociais, baseadas na abordagem cognitiva-comportamental, adotadas nos GATT's potencializam o sucesso à cessação do uso do tabaco quando comparadas com o uso do medicamento isolado. É importante ressaltar que a participação de uma equipe multidisciplinar, com diferentes olhares, potencializa as abordagens e fortalece as intervenções propostas.